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Caixa lucra R$ 564,4 milhões no primeiro semestre

Depois de amargar um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2001, a Caixa Econômica Federal fechou o balanço do primeiro semestre deste ano com um lucro líquido de R$ 564,4 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de amargar um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2001, a Caixa Econômica Federal fechou o balanço do primeiro semestre deste ano com um lucro líquido de R$ 564,4 milhões. Desse total, R$ 129 milhões irão para o Tesouro Nacional, único acionista, a título de dividendos. O presidente da instituição, Valdery Albuquerque, disse que a meta da empresa é fechar o ano com um lucro líquido acima de R$ 1 bilhão. Assim como o Banco do Brasil, que passou por uma reestruturação patrimonial no final do primeiro semestre do ano passado, a Caixa sofreu processo semelhante e, por isso, os dados dos dois semestres são de difícil comparação. Para se tornar uma instituição enxuta e rentável para a União, sem carregar os perigosos "esqueletos" do passado que, a exemplo do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS), acabam se transformando em dívida a ser arcada pelo Tesouro Nacional, a Caixa repassou para a Empresa Gestora de Ativos (Engea) a maior parte dos contratos de habitação problemáticos. Em troca, a instituição recebeu R$ 40 bilhões em títulos públicos federais para equilibrar ativos e passivos. Com tanto papel do governo na carteira própria, a Caixa acabou sofrendo um impacto considerável quando, em maio passado, o Banco Central obrigou os bancos a contabilizarem os títulos públicos pelo valor obtido no mercado a cada dia. Com isso, a Caixa perdeu R$ 132 milhões no semestre. O prejuízo só não foi maior, de R$ 1,27 bilhão, porque R$ 35,6 bilhões de títulos, que a instituição pretende levar até o vencimento, continuaram sendo marcados pela rentabilidade do papel. Fundos O impacto da chamada marcação a mercado também foi significativa nos fundos de investimento (FIFs) administrados pela Caixa. O vice-diretor de Administração de Recursos de Terceiros, Wilson Rizolia, admitiu que a instituição foi a que mais perdeu com os saques dos cotistas num primeiro momento, porque não apenas fez todo o ajuste exigido num único dia, como também pelo perfil das carteiras, que contavam com 75% de Letras Financeiras do Tesouro (LFTs). Os FiFs da Caixa perderam, em média, 3,5% do seu patrimônio líquido e o saque que se seguiu atingiu R$ 5,5 bilhões. De agosto para cá, depois das medidas adotadas pelo Banco Central para diminuir a volatilidade das cotas e garantir a rentabilidade dos fundos, o saque foi estancado, com a instituição registrando, no último mês, ingresso líquido de recursos nos FIFs da ordem de R$ 260 milhões. Pelos dados do balanço, o patrimônio líquido da Caixa passou de R$ 4,1 bilhões no primeiro semestre de 2001 para R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre deste ano. O resultado da intermediação financeira que, no primeiro semestre de 2001 tinha sido negativo em R$ 1,4 bilhão, saltou para R$ 2,9 bilhões positivos no último semestre. Cresceu ainda o valor das receitas sobre serviços, que passou de R$ 1,4 bilhão para R$ 2 bilhões. Pela terceira vez consecutiva, a Caixa encerrou o balanço do semestre enquadrada nos limites operacionais previstos no Acordo da Basiléia, registrando capital próprio equivalente a 13,7% dos ativos ponderados pelo risco das operações de crédito. A exigência mínima do BC é de 11%. A provisão para risco de crédito alcançou, em junho de 2002, R$ 2,8 bilhões.

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