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Caixa muda crédito para classe média

A Caixa Econômica Federal muda o financiamento de imóveis usados para a classe média. Para o comprador porém, as alternativas de crédito começam a aumentar diante da maior oferta de financiamento do setor privado.

Por Agencia Estado
Atualização:

A partir de hoje, a Caixa Econômica Federal (CEF) só vai financiar a compra ou a reforma de imóveis usados para a classe média mediante uma poupança prévia de 12 meses. A conta deverá receber depósitos no valor da prestação do financiamento pretendido para ter acesso a 100% do financiamento. A mudança, decidida na semana passada, não prejudicará os pedidos de financiamento em andamento. Quem já estava com a operação de crédito em tramitação na Caixa terá até o dia 29 para concluí-la. Segundo o diretor de Desenvolvimento Urbano da Caixa, Aser Cortines, a mudança tem o objetivo de incentivar o hábito de poupar. Por outro lado, vale destacar que as pessoas que pagam aluguel e pretendem entrar com um pedido de financiamento agora terão mais dificuldades para obter o crédito, principalmente aquelas que têm um orçamento doméstico mais apertado. Além do dinheiro que deve ser economizado para a entrada do imóvel, o comprador também terá que ter disponível para a poupança o valor equivalente a uma prestação do bem. Prioridade para o imóvel novo A Caixa resolveu priorizar as operações para a aquisição de imóveis novos ou na planta, que geram emprego. Para estes financiamentos não há alterações. A carta de crédito continua no valor de 80% do financiamento pretendido. Nada muda também nos financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para famílias com renda de até 12 salários mínimos (R$ 1.812,00). Para a compra de imóveis usados com a Poupança de Crédito Imobiliário, conhecida como " poupanção", a novidade é que a Caixa irá financiar 100% do valor do imóvel. Sem contra indicação O diretor da Brazilian Mortgages, Fábio Nogueira, não vê desvantagens ou riscos para quem quiser optar pelo poupanção. "É uma alternativa a longo prazo e não há nenhuma contra indicação", afirma. Fábio compara essa modalidade de financiamento à compra de um imóvel na planta. O comprador espera um ano ou mais até que o apartamento fique pronto. No caso da CEF, ele espera esse tempo poupando o dinheiro. "A diferença é que na planta você paga juros, na poupança você ganha", diz. O único risco, segundo Nogueira, seria um eventual aumento de preço. Porém, o executivo considera que o risco é remoto, pois há muita oferta no mercado. Maior oferta de crédito para a classe média Nogueira lembra que os agentes privados vão oferecer cada vez mais crédito e disputar os clientes, principalmente da classe média. " O fato da Caixa sair desse segmento é normal, ela se retira porque há mais oferta de crédito e se dedica à sua função social junto à baixa e baixíssima renda", explica. O executivo prevê que o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) deva ganhar mais fôlego no ano que vem. Além disso, a queda dos juros começa a gerar maior competição entre os bancos com maior oferta de financiamento e disputa pelo cliente. " Os prazos e volumes do financiamento imobiliário dão escala para os bancos em todo o mundo. No Brasil não será diferente", acredita.

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