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Caixa tem lucro de R$ 3,46 bilhões no 2º trimestre, alta de 34%

De janeiro a junho, o lucro líquido da estatal totalizou R$ 6,655 bilhões, um aumento de 63,3% ante o mesmo período do ano passado

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Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

A Caixa Econômica Federal anunciou na manhã desta segunda-feira lucro líquido de R$ 3,464 bilhões no segundo trimestre, cifra 33,9% superior à observada em um ano, de R$ 2,587 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, quando o resultado foi de R$ 3,191 bilhões, o crescimento foi de 8,6%. De janeiro a junho, o lucro líquido da Caixa totalizou R$ 6,655 bilhões, um aumento de 63,3% na comparação com a primeira metade de 2017, quando o banco público apresentou resultado de R$ 4,074 bilhões. Conseguiu, assim, conforme a instituição destaca em relatório que acompanha as suas demonstrações financeiras, o maior resultado já apresentado em um semestre.

De janeiro a junho, o lucro líquido da Caixa totalizou R$ 6,655 bilhões Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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"Esse resultado evidencia o êxito das iniciativas adotadas pela empresa em busca de um crescimento orgânico e sustentável, capaz de proporcionar o fortalecimento de sua estrutura de capital, por meio da realização de negócios bancários e sem deixar de cumprir com sua vocação social”, acrescenta a Caixa, no documento. A carteira de crédito do banco no critério amplo totalizou R$ 695,322 bilhões no segundo trimestre, recuo de 0,7% ante o primeiro, quando o saldo ficou em R$ 700,193 bilhões. Em um ano, de R$ 715,886 bilhões, encolheu 2,9%. Este movimento foi influenciado, conforme o banco, pelo segmento de pessoa jurídica, cujos empréstimos se reduziram em 25,7%, na mesma base de comparação. Em contrapartida, a modalidade habitacional, do qual a Caixa é líder com cerca de 70% deste mercado no País, teve expansão de 3,6%. Apesar de ter reduzido sua carteira de crédito, o banco público destaca que manteve sua participação de mercado acima dos 20% em linha com suas expectativas e com melhora da qualidade de ativos e também do seu indicador de capital, a Basileia. A Caixa encerrou junho com R$ 1,271 trilhão em ativos totais, cifra estável em relação ao término de março e 0,4% menor em 12 meses. Seu patrimônio líquido totalizou R$ 80,368 bilhões no período, aumento de 3,2% e de 22,0%, respectivamente e na mesma base de comparação. A rentabilidade da Caixa, medida pelo ROE, na sigla em inglês, foi a 15,36% no segundo trimestre contra 14,79% nos três meses anteriores. Em um ano, a melhora foi ainda maior uma vez que o indicador estava em 9,04%, ou seja, o índice aumentou 6,32 pontos porcentuais.

Inadimplência

O índice de inadimplência da Caixa Econômica Federal, considerando atrasos superiores a 90 dias, ficou em 2,50% no segundo trimestre, melhora de 0,41 ponto porcentual na comparação com o primeiro. Em um ano, quando estava em 2,51%, o indicador teve leve piora de 0,02 p.p. A melhora da inadimplência no período foi vista na maioria das modalidades de crédito operadas pelo banco público. O principal motor veio, contudo, da carteira de pessoa jurídica, cujo índice foi a 5,66% ao final de junho contra 6,81% em março, e ainda a rural, de 2,61% ante 4,04%, nesta ordem. Em contrapartida, a inadimplência da pessoa física, considerando atrasos acima de 90 dias, ficou em 5,34% na Caixa no segundo trimestre ante 5,36% no primeiro. Na habitação, contudo, o indicador foi a 1,80%, abaixo do 2,00%, respectivamente e na mesma base de comparação.

Investigação de corrupção

A PricewaterhouseCoopers (PwC) manteve ressalvas no balanço do segundo trimestre da Caixa devido a investigações de supostos casos de corrupção envolvendo executivos do banco público. A consultoria explica que as demonstrações financeiras da instituição estão adequadas com exceção da seção “base para opinião com ressalva” uma vez que as ações em questão estão em andamento e os possíveis impactos decorrentes não são conhecidos. “Consequentemente, não foi possível determinar se havia necessidade de ajustes ou divulgações adicionais relacionados a esse assunto sobre as demonstrações contábeis consolidadas em 30 de junho de 2018”, acrescenta a PwC, em relatório que acompanha as demonstrações financeiras da Caixa. O banco público informa que seu Comitê de Auditoria (COAUD) tem discutido e ponderado possíveis efeitos das investigações juntamente à auditoria independente contratada. Na última divulgação de resultados da Caixa, em maio deste ano, o vice-presidente de Finanças e Controladoria da instituição, Arno Meyer, levantou a possibilidade de a ressalva por conta das investigações em curso ser retirada ainda nos demonstrativos financeiros consolidados do primeiro semestre, o que não ocorreu. Na ocasião, ele afirmou que apenas com esse movimento é que seria possível ao banco atrair o apetite dos investidores externos. Meyer lembrou então que a Caixa fez um roadshow em outubro do ano passado para medir o apetite dos investidores externos por seus papéis. O banco identificou interesse no mercado internacional de dívida, conforme ele, mas foi impedido de emitir no exterior por conta da ressalva feita pela PwC, no terceiro trimestre do ano passado. As investigações em curso ocorrem por conta das notícias divulgadas na imprensa a partir de 2015, em conexão com a operação "A Origem" e, a partir de 2017, em conexão com as operações "Cui Bono?", "Sepsis" e "Patmos", deflagradas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Além de ações internas para apurar eventuais descumprimentos de leis e regulamentos, e os eventuais impactos sobre os controles internos e as demonstrações contábeis do banco público, a instituição decidiu contratar uma investigação independente junto ao escritório de advocacia Pinheiro Neto.

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