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Caixa vai liberar R$ 2 bi para financiar comércio

Crédito facilita as vendas de vários produtos de pequenas lojas do País

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Por Márcia De Chiara
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A Caixa Econômica Federal decidiu injetar R$ 2 bilhões nos próximos 12 meses para financiar as vendas de eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e materiais de construção das lojas de pequeno e médio portes espalhadas pelo País. A estréia da Caixa nesse segmento de mercado de crédito ao consumidor para a compra de bens de consumo não está relacionada com a atual crise de crédito, segundo o vice-presidente de Atendimento da Caixa, Carlos Borges. "Não existe uma estrutura de mercado que em 15 dias se organize para esse tipo de operação", disse. Segundo ele, a decisão de atuar nesse segmento vem sendo desenhada há algum tempo e faz parte da estratégia da Caixa de se posicionar no mercado como um grande banco comercial. Ontem, os dirigentes da instituição fecharam acordo para financiar quatro redes varejistas:as Lojas do Baú Crediário, de São Paulo; América Móveis, de Santa Catarina; Tradição Móveis, de Pernambuco, e Certel, do Rio Grande do Sul. Para as quatro redes que, juntas têm cerca de 150 lojas, serão disponibilizados R$ 100 milhões para o crediário nos próximos 12 meses. Fábio Lenza, vice-presidente de Pessoa Física da Caixa, conta que, além das quatro redes, a instituição negocia acordos semelhantes, com redes varejistas da região Norte, de São Paulo e do Rio de Janeiro. A intenção é ampliar em R$ 2 bilhões o saldo da carteira de crédito de pessoas físicas da instituição, que fechou o 3 º trimestre em R$ 12 bilhões. Existem hoje no País 252 empresas varejistas regionais de móveis e eletrodomésticos que, juntas, têm 11 mil lojas. JUROS Batizado de Caixa Fácil, o valor máximo do crediário consumidor é de R$ 10 mil. O financiamento pode ser parcelado em 24 meses e com a possibilidade de uma carência de 59 dias ou 180 dias, no caso materiais de construção, para o pagamento da primeira prestação. Quanto às taxas de juros, Borges disse que ela irá variar de acordo com os termos do contrato fechado entre a Caixa e a loja. De toda forma, a perspectiva é de que a taxa possa ficar entre 0,5 e 1 ponto porcentual abaixo do juro cobrado pela rede de lojas antes da parceria fechada com a instituição. Borges não vê riscos de ampliar a oferta de crédito para redes regionais, que têm a maioria da clientela na baixa renda, especialmente na atual conjuntura de desaceleração do ritmo de atividade econômica. Nos balanço do 3º trimestre, a taxa de inadimplência da pessoa física foi de 2,8% e ficou dentro da média do mercado, exemplificou. As lojas que fecharam parceria com a Caixa podem se tornar correspondentes bancários da instituição. Segundo a instituição, essa atribuição pode ampliar em 25% o fluxo de pessoas nas lojas.

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