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Cálculo do IPCA considerou pela primeira vez dados coletados por robô

O item transporte por aplicativo, que teve queda de 0,54% em janeiro, inaugurou essa forma de coleta no índice oficial de inflação

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, divulgado nesta sexta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe pela primeira vez dados coletados por um robô. O item que inaugurou essa forma de coleta foi o transporte por aplicativo, com queda de preços de 0,54% em janeiro, que também está estreando na cesta de consumo das famílias.

O IPCA de janeiro é o primeiro a ser divulgado com estrutura de ponderações atualizada com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017/2018. Depois de subir 1,15% em dezembro, o índice fechou o mês passado em alta de 0,21%.

O custo do transporte por aplicativo agora também é considerado no cálculo do IPCA. Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Segundo Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, o resultado do item passagens aéreas coletado por robôs passará a ser divulgado no IPCA-15 de fevereiro e no IPCA de fevereiro. A coleta por robô de preços de hospedagens e hotéis está em fase de testes, mas deve começar a ser divulgada em breve.

“A ideia é automatizar por robô tudo o que a gente já coleta online. A gente ganha muito em eficiência. Tudo que a gente puder coletar online, a gente quer expandir e coletar por robô”, disse Kislanov. “Esses números são submetidos a uma crítica no sistema, tem crítica feita pelo analista também, antes de chegar a vocês.”

O pesquisador disse que a coleta automatizada dos preços de hotéis será tema de uma reunião na semana que vem, mas ainda não tem data definida para divulgação. Para ele, a vantagem da automatização da coleta é massificar a quantidade de informações, além de liberar um técnico que vinha fazendo essa operação.

O IPCA de janeiro trouxe 58 novos subitens, enquanto 64 subitens que integravam a antiga cesta saíram do índice. Outros 319 subitens foram mantidos. Ou seja, a cesta de consumo das famílias com preços apurados pelo IBGE passou dos 383 que existiam até a divulgação de dezembro para os atuais 377 subitens divulgados no IPCA de janeiro.

“Os itens de maior peso continuam sendo basicamente os mesmos: aluguel residencial, empregado doméstico, gasolina, energia elétrica. Esses continuam em todas as áreas (pesquisadas). Os itens que entraram são importantes para compor a cesta, mas não têm peso assim tão significativo no índice”, explicou Kislanov.

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Alguns dos novos itens são clínica para tratamento de animais (-0,13% em janeiro), serviços de higiene para animais (-0,19%), serviços de streaming (0,0%), macarrão instantâneo (-1,32%), cabeleireiro e barbeiro (0,20%) e sobrancelha (-0,26%). Os novos itens só terão resultado acumulado em 12 meses a partir da divulgação de dezembro de 2020.

Sob nova ponderação, o grupo alimentação e bebidas passa a pesar 19,35% no IPCA de janeiro. habitação passa a um peso de 15,59%; artigos de residência, 3,75%; transportes, 20,60%; vestuário, 4,58%; saúde e cuidados pessoais, 13,53%; despesas pessoais, 10,73%; educação, 6,15%; e comunicação, 5,71%.