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Câmara alemã deve aprovar ajuda à Espanha apesar de Merkel

Por ANNIKA BREIDTHARDT E MADELINE CHAMBERS
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A chanceler alemã, Angela Merkel, enfrenta na quinta-feira um teste de autoridade dentro de sua coalizão de centro-direita, quando a câmara baixa do Parlamento votará sobre a contribuição de Berlim para um pacote de ajuda de até 100 bilhões de euros aos bancos espanhóis. É praticamente certo que o Bundestag aprove o resgate uma vez que membros de partidos de oposição darão apoio às medidas. Entretanto, Merkel enfrenta dissidências de alguns de seus próprios conservadores e de seus parceiros da coalizão do Partido Democrático Liberal (FDP) sobre temores de que os bancos espanhóis, em vez do Estado espanhol, sejam responsáveis pela ajuda. Uma rebelião entre os próprios aliados de Merkel seria um constrangimento a ela, que só precisa de uma maioria simples para aprovar a lei mas que preferiria não contar com os votos da oposição para uma parte tão importante da legislação. "Com os sinais que estou ouvindo, sinto-me otimista", disse Merkel em entrevista à imprensa com sua contraparte tailandesa nesta quarta-feira. A pouco mais de um ano da próxima eleição federal, Merkel está bem nas pesquisas de opinião graças em grande parte a sua dura posição em relação aos Estados altamente endividados na crise da zona do euro. Merkel também encontra-se no meio de uma intensa pressão dos parceiros da UE para agir mais rapidamente visando a estancar a crise, ao mesmo tempo em que vê limites determinados pela opinião pública, Parlamento e a Corte Constitucional, que ordenou que o governo dê às autoridades mais voz. No mais recente golpe legal, a corte afirmou nesta semana que manterá a Europa esperando até setembro sobre se a Alemanha poderá ratificar o Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (ESM, na sigla em inglês), o fundo de resgate permanente da zona do euro, e um pacto fiscal sobre disciplina orçamentária. A principal objeção das autoridades ao pacote para a Espanha, no qual a Alemanha irá garantir quase 30 por cento, gira em torno de uma confusão sobre se a responsabilidade cabe ao Estado ou aos bancos. De acordo com o temporário Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês), o veículo inicialmente usado para a ajuda espanhola, o Estado espanhol será responsável. Mas isso mudará quando o ESM puder recapitalizar bancos diretamente, medida discutida na zona do euro agora em conjunto com um supervisor bancário na região. (Reportagem adicional de Andreas Rinke e Michelle Martin)

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