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Câmara aprova pacote de Bush

Plano do governo para evitar recessão segue agora para o Senado, onde pode ser mudado pela maioria democrata

Por Washington
Atualização:

Em raro momento de cooperação bipartidária, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou ontem o pacote de estímulo econômico que tem como principal objetivo evitar que o país entre em recessão. Nos cálculos da Comissão Conjunta de Impostos, o plano injetará US$ 146 bilhões na economia em 2008. As medidas tinham sido negociadas na semana passada entre o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e deputados democratas e republicanos. O coração do pacote são US$ 101 bilhões em cheques de restituição de impostos de até US$ 600 por contribuinte, US$ 1.200 por família, além de US$ 300 para cada criança. Pelo plano, as empresas vão economizar um valor estimado em US$ 45 bilhões em isenções fiscais. A intenção é induzi-las a aumentar os investimentos. A ameaça de recessão se deve, principalmente, à crise no setor imobiliário. Por isso, o plano elevará temporariamente os limites de empréstimos para a Administração Federal de Moradia e para duas agências patrocinadas pelo governo, a Fannie Mae e a Freddie Mac. O pacote segue agora para o Senado, onde o governo George W. Bush encontrará fortes resistências. Segunda-feira, o presidente do Comitê de Finanças do Senado, o democrata Max Baucus, apresentou um pacote alternativo, de US$ 156 bilhões, que prevê a inclusão de desempregados e aposentados entre os beneficiários. Pela proposta, o valor dos cheques que serão enviados para indivíduos e famílias cairia para o intervalo entre US$ 500 e US$ 1.000 (em vez dos US$ 600 a US$ 1.200 desejados pelo governo). Durante seu discurso "O Estado da União", segunda-feira, Bush advertiu os congressistas sobre os riscos de alterar o pacote. "A tentação será modificá-lo", disse. "Isso o atrasaria e o descarrilaria, e nenhuma das duas opções é aceitável." Ontem, a Casa Branca continuou a pressionar os senadores para aprovarem a lei. "Quanto mais maneiras nós encontrarmos para atrasar (o plano), maior a chance de não conseguirmos aprová-lo de maneira rápida o suficiente para ter o impacto necessário sobre a economia", disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto. "Não vou me envolver nas negociações das várias idéias individuais." A presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, reprovou a atitude de seus correligionários no Senado. "É importante que essa conta não seja sobrecarregada", afirmou. "Estou com a agenda cheia de itens que gostaria de ver incluídos no pacote, mas temos de conter seu preço." O plano será avaliado hoje pela comissão presidida por Baucus e amanhã deve ir ao plenário do Senado. AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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