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Câmara deve votar projeto que põe fim à guerra fiscal entre os Estados

Acordo prevê que as isenções sejam reduzidas gradualmente ao longo de 15 anos, no caso da indústria

Por Igor Gadelha
Atualização:

A Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira, 23, o projeto que regulariza benefícios fiscais concedidos por Estados a empresas sem autorização do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), a chamada "guerra fiscal". A proposta é pauta única da sessão plenária. O relator da matéria, deputado Alexandre Baldy (Podemos-GO), diz que há acordo com os governadores sobre o texto do projeto. Segundo Baldy, o acordo prevê que as isenções sejam reduzidas gradualmente ao longo de 15 anos, no caso da indústria. Nos 10 primeiros anos, Estados terão de reduzir anualmente um ponto porcentual os benefícios. Entre o 11º e 15º ano, a diminuição deverá ser de 18 pontos porcentuais, totalizando os 100%. A proposta foi um "meio termo" sugerido pelo relator e, de acordo com o parlamentar, foi aceita pelo Ministério da Fazenda e por São Paulo. 

Deputados da oposição prometer obstruir a votação do projeto Foto: André Dusek/Estadão

Mesmo com apelo de governadores para que o projeto seja votado o mais rapidamente possível, deputados da oposição prometem obstruir a votação do projeto, em protesto pela renúncia do presidente Michel Temer e pela aprovação de proposta que permite eleições diretas para presidente. Temer foi citado na delação premiada de executivos da JBS, tendo sido gravado supostamente dando aval para compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-R). 

Governadores querem que a convalidação seja aprovada logo, porque o Supremo Tribunal Federal determinou que os benefícios concedidos sem aval do Confaz são inconstitucionais e ameaça determinar a suspensão imediata das isenções. A chamada guerra fiscal é justificada pelos Estados como uma maneira eficiente de atrair investimentos e tecnologia, gerar empregos e aquecer a economia. Em troca, Estados abrem mão de parcelas do ICMS, principal fonte de recursos de todos os governos estaduais.