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Cambiais têm bom resultado no mês

No mês de setembro, os fundos cambiais devem apresentar rendimento acima dos renda fixa prefixados e DI. Porém, no acumulado do ano, a situação é inversa. Analistas apontam a oscilação do dólar como um fator de risco para o investimento.

Por Agencia Estado
Atualização:

Com a alta do preço do petróleo, a cotação do dólar vem subindo de forma significativa. A moeda norte-americana acumula uma alta de 3,3203% no ano. Só no mês de setembro, a alta é de 1,3711%. Seguindo essa tendência, os fundos cambiais, remunerados de acordo com a variação do dólar, devem fechar o mês com um rendimento superior ao dos fundos de renda fixa prefixados e dos fundos DI (pós-fixados). De acordo com dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), até o dia 25 de setembro, os fundos cambiais já apresentam uma rentabilidade nominal acumulada de 1,70%. Os prefixados e os DI registram ganhos de 0,90% e 0,88%, respectivamente. Apesar do bom desempenho, alguns analistas afirmam que o investidor não deve aplicar seus recursos em fundos cambiais. De acordo com Hugo Penteado, economista-chefe do ABN Amro Asset Management, a variação do dólar nos últimos dias está estritamente ligada à alta do preço do petróleo. "Como não existe um cenário definido sobre esse assunto, as oscilações podem ser muito fortes. Caso o preço do produto recue, a expectativa é que a moeda norte-americana volte a ser negociada no patamar de R$ 1,80." Para se ter uma idéia, na análise de um período maior - desde o início do ano -, o investidor que aplicou em fundos de renda fixa prefixados e DI conseguiu rendimento superior ao apresentado pelos fundos cambiais. No caso dos prefixados, o ganho foi de 12,55%; nos fundos DI, 12,45%; e no cambiais, 10,10%. Penteado não descarta a possibilidade de que o dólar continue subindo e, por conseqüência, os fundos cambiais mantenham a tendência de boa rentabilidade. Porém, o economista alerta que as oscilações da moeda norte-americana podem provocar perdas para o investidor, caso o dólar reverta a tendência de alta. Ele indica a aplicação em fundos cambiais apenas para quem pretende viajar para o exterior, tem dívidas em dólar ou pretende pagar um bem ou serviço em moeda norte-americana. Fundo cambial não é um hedge perfeito Mesmo para quem pretende investir em um fundo cambial como forma de segurança contra as oscilações do dólar, essa aplicação tem algumas deficiências. Os fundos cambiais são tributados mensalmente pela alíquota de 20% do Imposto de Renda que incide sobre o rendimento do fundo. Por isso, o investidor não conseguirá toda a variação da moeda norte-americana em sua aplicação. Bojikian esclarece que uma outra forma de hedge cambial são os títulos atrelados à moeda norte-americana que podem ser comprados diretamente nos bancos. Mas, nesse caso, ele alerta que as taxas oferecidas são menores do que as obtidas em fundos cambiais. Além disso, a liqüidez - facilidade de negociação - desses papéis também é menor. Quanto à tributação, a alíquota também é de 20%. Porém, a incidência ocorre apenas no resgate do título, e não mensalmente, como nos fundos. Composição da carteira pode definir ganhos A composição da carteira de um fundo cambial é definida pelo gestor, que pode optar por papéis de longo prazo ou prazos mais curtos. Fundos compostos por papéis de prazo mais curto costumam ter um rendimento menor. Segundo Flávio Bojikian, administrador de renda fixa do banco, operações de 30 dias, que garantem a correção cambial, têm pago juros de 4% e 5% ao ano. Carteiras que trabalhem com prazo de oito meses, por sua vez, chegam a pagar juros de 10% ao ano mais a variação cambial, explica Danny Rappaport, diretor da Asset Management do Santander.

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