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Câmbio cai depois da eleição, mesmo com Lula, diz Lloyd´s

Por Agencia Estado
Atualização:

Admitindo que sua análise pode parecer ?paradoxal?, o economista chefe do Lloyd?s TSB, Odair Abate, aposta na queda da cotação da taxa de câmbio após a eleição, mesmo que o eleito seja Luís Inácio Lula da Silva. Ele acredita que o câmbio poderá cair para um patamar em torno de R$ 3,00, passado esse estresse pré-eleitoral. Para que isso ocorra, Abate diz que será preciso que o futuro presidente reafirme seu compromisso com as regras vigentes, respeite o acordo negociado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e forme uma equipe econômica, incluindo o Banco Central, que tenha ?alta credibilidade? junto aos mercados. ?Minha percepção é de que o PT não ficará preso aos nomes do partido?, disse Abate. Ele acha ?bastante provável? que o partido forme uma equipe que seja bem recebida pelo mercado financeiro. ?O PT sabe que um choque negativo, quando da formação da equipe, pode aumentar em muito o ceticismo do mercado em relação ao futuro governo?, emenda o economista do Lloyd?s. A opinião de Abate é minoritária no mercado. Mesmo admitindo que a alta de hoje da taxa de câmbio é injustificável, economistas de duas outras instituições não estão tão otimistas. ?Uma alta de R$ 0,20 em trinta minutos é demais, mas não dá para imaginar um refluxo acentuado?, diz um deles. A grande apreensão ainda é sobre os nomes da futura equipe econômica do PT. Nomes, como o dos economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Luciano Coutinho, ou do ex-presidente do BC Ibrahim Eris e do secretário de Finanças de São Paulo, João Sayad, que vêm sendo cogitados pelo mercado, ao contrário de acalmar as expectativas, aumentam o nervosismo. Ao negar veementemente hoje, mais uma vez, a possibilidade de manter Armínio Fraga no BC, Lula eliminou qualquer resto de esperança que uma parte dos integrantes do mercado ainda tinham. ?Não imagino o PT chamando alguém como um Scheinkman (José Alexandre) para o governo?, afirma um economista, revelando seu ceticismo.

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