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Câmbio volátil e barreiras reduzem exportações de alimentos

Por Agencia Estado
Atualização:

A volatilidade do câmbio e o aumento das barreiras externas estão reduzindo as exportações da indústria alimentícia neste ano. O setor, que vem apresentando desempenhos na produção bem superiores ao da indústria em geral, exportou US$ 4,9 bilhões em alimentos processados de janeiro a julho deste ano, volume 6% inferior aos US$ 5,2 bilhões do ano passado. Como a produção tem crescido em torno de 3%, o mercado interno está "dinâmico" e absorvendo a oferta, segundo explicou o diretor econômico da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Denis Ribeiro. A expectativa de Ribeiro é que as vendas externas do segmento atinjam US$ 9,5 bilhões neste ano, representando entre 15% e 17% do total produzido. No ano passado, considerado "excepcional", as exportações dos alimentos processados totalizaram US$ 10 bilhões, ou 21% da produção da indústria do setor. Tradicionalmente o volume exportado corresponde a 15% do total produzido pela indústria alimentícia. O diretor da Abia explicou que em 2001 os exportadores de alimentos foram beneficiados por um câmbio vantajoso (média de R$ 2,65 no ano) e um mercado internacional receptivo aos produtos processados brasileiros, especialmente açúcar e carnes. Neste ano, segundo ele, o dólar em patamar acima de R$ 3 e sob forte volatilidade está levando os importadores internacionais a exigirem uma "contrapartida" dos fornecedores brasileiros. Nessa situação, os compradores externos acreditam que as empresas do País estão ganhando excessivamente no negócio e solicitam um desconto como contrapartida, desestimulando os embarques. Ribeiro explicou que, além disso, o protecionismo aumentou na Europa e nos Estados Unidos. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria alimentícia continuou apresentando em julho resultados melhores do que os registrados pela média do setor. Enquanto a produção industrial geral cresceu 3,3% em julho ante igual mês do ano passado, a dos alimentos expandiu 5,1% no mesmo período, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A técnica do departamento de indústria do instituto, Mariana Rebouças, disse que o IBGE não detalha nos dados do segmento alimentício qual o porcentual da produção está voltado para a exportação ou a fatia destinada ao mercado interno. Mas sua avaliação é que os produtos que vêm puxando a produção do setor são os que tem se destacado nas vendas externas, como açúcar, carnes (suína, bovina e frangos) e suco de laranja.

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