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Camelôs ficam com 41% do comércio de CDs

Por Agencia Estado
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Uma grande parte da população da Grande São Paulo, cerca de 41,37%, recorre aos camelôs na hora de comprar CDs. Como era de se esperar, o principal motivo alegado por elas é a diferença de preço do produto pirata em relação ao original. Foi a justificativa de 57,75% dos entrevistados em um levantamento feito pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio SP) com 900 consumidores. A maioria (49,12%), no entanto, ainda prefere as lojas oficiais. Os promocenters (espaços com estandes de importados) são a alternativa de 6,16%. Os dados comprovam as estimativas de mercado. Elas apontam que para cada dois CDs comercializados um é falsificado. Além do preço, alguns (11,80%) apontaram também a comodidade. A existência de bancas em qualquer lugar favorece este comércio, que é ajudado ainda pela qualidade de alguns produtos: 50% das pessoas que compram em camelôs ou promocenters disseram não ter tido problema com a aquisição. Ranking da pirataria Os números de pirataria em CDs colocaram o Brasil em segundo lugar no ranking mundial da pirataria, atrás apenas da China. De acordo com números divulgados pelas indústrias de software, música, brinquedos, vestuário, TV por assinatura e filmes, a pirataria representa um prejuízo superior a R$ 2 bilhões para a economia nacional. Pedido de restrição à importação de CD virgem O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, recebeu pedido para que o sistema informatizado de comércio exterior, o Siscomex, não aceite mais registrar importações de CDs virgens por menos de US$ 0,16. "O Siscomex está registrando importação de CD virgem por US$ 0,03, enquanto só a patente do CD, da Phillips, custa US$ 0,06", compara o deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ) que, junto com o deputado Júlio Semeghini (PSDB-SP), fez a solicitação a Rachid. Integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a pirataria, Lopes disse ao Estado que Rachid recebeu bem a sugestão e a argumentação, mas quis promover estudos para verificar se o nível de preço mínimo para um CD chegar legalmente aos portos brasileiros seria mesmo o de US$ 0,16. De acordo com os parlamentares, contando patente, frete, seguro e outros custos do comércio exterior, não sai por menos que isso.

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