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Camex investiga inadimplência de argentinos

Por Agencia Estado
Atualização:

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) está investigando quanto os argentinos devem ao Brasil em exportações realizadas e não pagas, e qual o motivo da inadimplência. Com base nesse levantamento, será feito um trabalho para retomar o fluxo comercial entre os dois países. Os técnicos querem saber se, de fato, o Banco Central argentino está impedindo o repasse ao Brasil de pagamentos já efetuados por importadores no país vizinho. Nesse caso, o problema tem de ser resolvido de governo a governo. Outro tratamento terá a dívida originada por inadimplência do importador. No entender dos técnicos, esse é um assunto a ser tratado entre a empresa exportadora brasileira e a importadora argentina. Na área técnica do governo, suspeita-se de que a dívida seja inferior aos US$ 2 bilhões estimados pelo setor privado. Esse é um valor considerado excessivo, pois, no ano de 2001, o total de vendas brasileiras à Argentina foram de pouco mais de US$ 5 bilhões. Os técnicos lembram que desde março, quando a crise no país vizinho emitiu sinais de aprofundamento, as empresas brasileiras tornaram-se mais cautelosas ao vender para a Argentina. Retomar o fluxo de comércio com o país vizinho é uma das prioridades do Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, vem insistindo na necessidade de oferecer à Argentina linhas de financiamento de curto prazo. Ele fala com a experiência de quem estava à frente do Ministério do Desenvolvimento quando o Brasil desvalorizou o real. Sua prioridade, à época, foi manter abertos os canais de financiamento ao comércio. Uma proposta que está sendo discutida no governo brasileiro é a elevação dos limites e a ampliação dos prazos para operações comerciais dentro do Convênio de Crédito Recíproco (CCR). Assim, o Brasil poderia financiar importações dos argentinos com valores maiores do que US$ 100 mil, e por prazos maiores do que um ano. Leia o especial

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