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Caminhoneiros realizam paralisação na Argentina por falta de diesel

Sindicatos dos transportes e dos trabalhadores da Administração Portuária bloquearam rodovias em vários pontos do país

Por EFE
Atualização:

BUENOS AIRES - Sindicatos dos transportes da Argentina realizam nesta quarta-feira, 22, manifestações e bloqueios em rodovias em diferentes partes do país devido à escassez de diesel, dos altos preços e o aumento dos custos que têm que enfrentar. As manifestações se devem, segundo seus organizadores, à falta de resposta dos ministérios do Trabalho, Transportes e da Secretaria de Energia, apesar de o governo de Alberto Fernández ter anunciado a intenção de aumentar as importações de diesel, que é amplamente utilizado para máquinas agrícolas, caminhões e ônibus de passageiros, entre outros.

"Depois de quatro meses avisando sobre a situação dolorosa que estávamos começando a passar, tivemos que sair para manifestar e valorizar nosso trabalho", disse o presidente do grupo Transportistas Unidos da Argentina, Santiago Carlucci, à Rádio La Red

Caminhoneiros argentinos também enfrentam a falta de diesel e preços altos Foto: Lukas Barth/ Reuters - 1/6/2022

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Outra entidade que se mobilizou foi o Sindicato Único dos Trabalhadores da Administração Portuária (Sutap), que exige que "a taxa de referência utilizada seja o piso, e não o teto do valor de cada viagem, com a implementação de uma cláusula de gatilho que ajusta proporcionalmente a cada aumento de combustível", segundo um comunicado.

Tucumán e Buenos Aires

Os protestos duram dois dias na província de Tucumán, convocados pela Associação dos Transportadores de Carga de Tucumán, que afirma que não estão recebendo combustível nessa província do noroeste argentino e que pagam valores mais altos do que em outros distritos. Isso gerou efeitos negativos nas colheitas, que precisaram ser interrompidas, de acordo com a indústria açucareira. 

O Sindicato Nacional dos Transportadores acompanhou a convocação de greve da última terça-feira para regularizar o fornecimento de combustível e de tarifas, entre outras demandas. A mobilização causou caos no trânsito nesta quarta-feira devido ao bloqueio de caminhões na rodovia que liga a cidade de Buenos Aires à cidade de La Plata, capital da província de Buenos Aires, o que deu visibilidade ao protesto.

O ministro de Segurança da província de Buenos Aires, Sergio Berine, interveio, exigindo que os caminhoneiros liberem a rota "em cinco minutos", pois "um protesto não se resolve com um delito". Os caminhoneiros recuaram para o acostamento, diante da promessa de conseguir uma reunião com as autoridades nacionais para avançar com uma solução.

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Incerteza com os preços 

O problema, porém, se mantém latente, já que, segundo dados divulgados pela Federação Argetina de Entidades Empresariais de Transporte de Cargas (Fadeeac), 21 dos 24 distritos do país sofrem com problemas de abastecimento de diesel.

A federação disse que o diesel ao qual os caminhoneiros têm acesso "é escasso, e o preço, em muitos casos, arbitrários",uma vez que a escassez obriga aplicação de quotas de despacho nos postos de abastecimento, assim criando um ambiente favorável para o desenvolvimento de um mercado informal de diesel com preços acima da referência. 

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A escassez ocorreu junto da alta acentuada do preço do diesel, em um cenário de aumentos generalizados no mercado internacional após a invasão da Rússia na Ucrânia e uma lacuna no preço permitido na bomba local. A situação compromete os transportadores com o setor agrícola, uma vez que é difícil transportar colheitas e gado, enquanto crescem os alertas sobre a eventual falta de alimentos para os consumidores e bens para a indústria.

O governo argentino aumentou na semana passada a porcentagem de biocombustível que o diesel deve ter em sua composição, em razão da escassez, mas Fadeeac indicou que é "uma medida paliativa, mas não resolve a questão subjacente".

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