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Caminhoneiros encerram protesto com ‘buzinaço’ em Brasília

Grevistas entregaram pauta de reivindicações ao ministro Miguel Rossetto, com quem voltam a se reunir no dia 10

Por Victor Martins
Atualização:
Comboio de caminhoneiros fazbuzinaço na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Foto: Dida Sampaio/Estadão

BRASÍLIA - Para mostrar força ao governo, caminhoneiros encerraram nesta quarta-feira o movimento grevista de vários dias com um “buzinaço” pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Eles decidiram dar fim aos bloqueios nas estradas depois de uma reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, na qual entregaram uma pauta com sete pedidos. Ficou acertado, ainda, que a categoria voltaria à capital federal em 10 de março para participar de uma mesa de negociação tornada permanente.

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A decisão dos trabalhadores frustra parlamentares que receberam os caminhoneiros e tentavam, nos últimos dias, pressionar o Palácio do Planalto. Eles queriam que a categoria se unisse aos protestos de 15 de março, em Brasília, contra o governo. 

O caminhoneiro Sildo Enck, integrante do grupo que realizou o protesto, afirmou que o “buzinaço” foi também um gesto de celebração por conta da melhora no diálogo com o governo e da sinalização de que os problemas seriam debatidos. 

Enck faz parte de um grupo de quase 60 caminhoneiros que estavam acampados havia três dias em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. A manifestação do grupo ocorreu sem maiores transtornos aos motoristas brasilienses, já que não houve bloqueio das vias. A Polícia Militar do Distrito Federal apenas segurou o trânsito durante um período para evitar acidentes.

“Estamos meio celebrando e meio que não, porque vamos ter de voltar depois (em 10 de março) para continuar a debater”, disse Enck. “As paralisações, por agora, acabaram. Depois do comboio passar em frente ao Congresso Nacional vamos para casa.”

Pauta. O Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, teve acesso à pauta formulada pela categoria, documento preparado na manhã de ontem em uma reunião na Câmara dos Deputados e que foi levado ao ministro Rossetto. Parte dessas reivindicações já estava no acordo fechado na quarta-feira da semana passada em uma negociação realizada no Ministério dos Transportes. 

Entre os sete pontos apresentados ao ministro estão a redução do porcentual do último aumento do PIS/Cofins sobre o óleo diesel; definição da tabela mínima de frete na reunião de 10 de março; linha de crédito no limite de R$ 50 mil com carência de três meses; reserva de mercado de 40% em produtos transportados no País; carência de 12 meses em financiamentos de veículos e equipamentos; criação de um fórum permanente de debates; e perdão das multas e notificações aplicados durante a paralisação.

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Participaram do encontro desta quarta-feira 11 lideranças de caminhoneiros, grupo que teria concordado com o ministro em trabalhar uma pauta mais enxuta a partir da reunião da semana que vem.

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