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Caminhoneiros vão parar nesta segunda-feira para pedir a saída de Dilma

Movimento é organizado pelo Comando Nacional do Transporte e não tem apoio de todas as entidades da categoria

Por Rene Moreira
Atualização:

Parte dos caminhoneiros do País promete iniciar hoje uma greve nacional. A categoria já tinha feito, no fim de semana, manifestações em cidades como Apucarana e Ibiporã, no Paraná, um dos Estados onde é esperada a maior adesão. Quase toda a movimentação vem sendo organizada via aplicativos de celular e pelas redes sociais, mas não conta com a adesão de boa parte das entidades nacionais que representam o setor.

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Um dos líderes da categoria e um dos organizadores da paralisação, Ivar Schmidt afirma que a luta é pela renúncia da presidente Dilma Rousseff. Ele está à frente do “Comando Nacional do Transporte” e garante que os caminhoneiros, agora, somente vão negociar “com o próximo governante”.

A greve ganhou o apoio de grupos como Movimento Brasil Livre e Vem pra Rua. Os líderes do movimento garantem já ter grande apoio também de caminhoneiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A expectativa é atingir pelo menos 70% do País inicialmente.

Schmidt divulgou um vídeo em que pede o apoio da população ao movimento. No vídeo, ele afirma que o objetivo é a renúncia da presidente. Os grevistas vão reforçar os pedidos de benefícios inseridos em uma pauta já em negociação com o governo. Entre eles, isenção de pedágio sobre eixos suspensos dos caminhões e o refinanciamento das dívidas dos autônomos junto aos bancos privados.

O líder dos caminhoneiros alega defender um governo “que traga segurança, não apenas ao povo brasileiro, mas também aos investidores externos”.

Estimativa da categoria é de adesão de até 70% Foto: Divulgação

Contra. Várias entidades que representam o setor se manifestaram contra esse movimento e veem interesses políticos por trás dessa paralisação. Para o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Bens no Estado do Pará (Sindicam-PA), a greve é organizada “por pessoas que não fazem parte da categoria e estão aproveitando o momento de dificuldade que o País passa.”

Já a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) diz que “os problemas que afetam a categoria são muitos e que, para resolvê-los, é preciso coesão e sabedoria”. Entidades de Goiás e Tocantins também assinaram, juntos, um documento contra a greve.

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Principal alvo dos sindicatos, Ivar Schmidt tem 44 anos, mora em Mossoró (RN) e nega qualquer vínculo partidário. Caminhoneiro, ele começou a se destacar há um ano e, em 2015, criou o “Comando Nacional do Transporte”.

Bloqueios. Os organizadores da greve garantem que a orientação não é a de fechar estradas. Porém, eles não vão recriminar os caminhoneiros que pararem (as estradas). A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) se declarou contra as interdições das estradas. Segundo a entidade, o bloqueio de rodovias traz inúmeros prejuízos para os transportadores e a sociedade.

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