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Campos Neto defende autonomia do BC em frente parlamentar

Presidente do banco diz que países com instituição autônoma têm 50% mais chances de manter inflação baixa

Por Fabrício de Castro
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citou durante apresentação a parlamentares ligados à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) alguns motivos para que a autonomia do BC, em tramitação no Congresso, seja aprovada. Segundo ele, pesquisadores têm encontrado consenso na ideia de que países com autonomia do BC têm “50% mais chances de ter inflação baixa”.

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A autonomia, conforme a apresentação de Campos Neto, é o “melhor caminho para a credibilidade” e não traz prejuízo para a atividade econômica. Na apresentação aos parlamentares, divulgada no site do BC, Campos Neto também afirmou que a autonomia permite à autarquia “buscar os objetivos, estabelecidos em lei e pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de maneira técnica, objetiva e imparcial”. Segundo ele, a autonomia “reduz instabilidade econômica em períodos de transição de governo”, além de facilitar “a obtenção de inflação baixa, menores juros estruturais, menores riscos e maior estabilidade monetária e financeira”.

Campos Neto também citou que a autonomia “alinha o BC às melhores práticas internacionais”. Ao mesmo tempo, segundo ele, “garante ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) a manutenção e a ampliação de toda a extensão de sua autonomia técnica e operacional.”

Bancos

Em sua apresentação aos deputados, Campos Neto também afirmou que o BC trabalha para o dinheiro do contribuinte não ser usado para socorrer bancos. Isso está expresso na Lei de Resolução Bancária, que também está em tramitação no Congresso. Ao tratar da autonomia do BC, Campos Neto também defendeu, conforme a apresentação, que a melhor contribuição para crescimento é manter inflação baixa e estável. O comentário está no contexto da defesa, pelo BC, do mandato único para a instituição (controle da inflação).

Na apresentação, Campos Neto também defendeu que “voluntarismo não é suficiente para enfrentar os desafios”. Segundo ele, “decisões imediatistas não trazem resultados duradouros” e “ganhos de curto prazo podem custar o futuro”.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Foto: FOTO DIDA SAMPAIO / ESTADÃO
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