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Candidato de Kirchner fica em segundo lugar em Buenos Aires

Por Agencia Estado
Atualização:

O empresário Maurício Macri, à frente da aliança Compromisso para a Mudança, conseguiu obter uma ampla margem de vantagem sobre Aníbal Ibarra, no primeiro turno para a eleição de chefe de governo, cargo similar ao de prefeito, da cidade de Buenos Aires, realizada ontem. Maurício Macri, presidente do time de futebol Boca Júniors e filho do empresário Franco Macri, pertence ao Partido Justicialista, peronista, o mesmo do presidente Néstor Kirchner. Porém Macri não recebeu o apoio do presidente, que decidiu se empenhar na eleição de Aníbal Ibarra, atual chefe de governo do partido Frente País Solidário (Frepaso). O segundo turno das eleições ocorrerá no dia 14 de setembro próximo, paralelamente às eleições em todas as cidades e províncias argentinas, em diferentes datas. O cronograma eleitoral terminará somente em dezembro, mas a dor de cabeça para o presidente Néstor Kirchner teve início com o resultado das eleições portenhas. Kirchner examinará com detalhe os números da eleição de Buenos Aires, o que poderá determinar uma mudança em sua estratégia. O presidente decidiu jogar parte de seu capital político na candidatura de Aníbal Ibarra, assim como em outros candidatos do interior, como plano de formar sua base de sustentação política. No entanto, segundo os analistas políticos, os resultados que colocaram Macri na frente de Ibarra são uma espécie de toque de atenção à Kirchner. Embora a eleição seja local, possui um grande peso nacional por causa da importância eleitoral do distrito e pela característica que a campanha teve. Mensagem de racionalidade Com o claro objetivo de formar uma base de sustentação política fora de seu partido, o PJ, o presidente Néstor Kirchner apostou forte na candidatura de Aníbal Ibarra e colocou sua imagem e a de sua mulher, a senadora Cristina de Kirchner, em sua campanha. Néstor Kirchner ajudou Ibarra desde o ínicio das eleições ao tirar de seu caminho os também candidatos Gustavo Béliz, Rafael Bielsa e até Daniel Scioli. Os dois primeiros viraram ministros e o último, o companheiro de chapa de Kirchner. Para o analista Enrique Zuleta Puceiro, "a mensagem das urnas foi uma mensagem de racionalidade em meio a este clima de enfrentamentos políticos e o novo cenário obrigará o governo a abrir o diálogo com os setores mais moderados, tanto do peronismo como de outras forças". Kirchner necessita de aliados dentro e fora do PJ, tanto na capital como em outros distritos, para ter contrapeso ao poder de Eduardo Duhalde e às fissuras que foram abertas com a briga com o vice- presidente Daniel Scioli, protegido político de Duhalde. Uma eventual vitória no segundo turno de Macri, na capital, complicaria esses planos de Kirchner.

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