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Candidatura para FAO tem amplo apoio, diz Graziano

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Por Célia Froufe (Broadcast)
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A candidatura brasileira para a diretoria geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) conta com o apoio declarado dos países da comunidade da língua portuguesa e da América do Sul, segundo o ex-ministro e representante licenciado do organismo para América Latina e Caribe, José Graziano da Silva. "Estes são os votos abertos, declarados; o resto se resguarda, apesar da boa receptividade que temos tido", disse durante entrevista coletiva realizada hoje no Palácio do Itamaraty, em Brasília.Para o ex-ministro, será possível ter um quadro mais claro de apoio após abril, quando as plataformas dos candidatos devem ser oficializadas. "Esperamos apoio do Caribe e igualmente da América Central, mas os países de língua portuguesa estão à toda, de corpo e alma na campanha", afirmou.Graziano disse saber pouco a respeito dos demais candidatos - dois do Oriente Médio, dois europeus e um asiático. Ele afirmou que o que o distingue dos demais é o fato de ser o primeiro candidato interno. Apesar disso, o ex-ministro esclarece que não prega a continuidade das ações do órgão. "Estou em um escritório regional. Sofro na carne porque sei o que é uma instituição tão verticalizada, tão burocratizada como é a FAO hoje", considerou.Graziano salientou também que ele representa a única candidatura de uma região que nunca contou com um diretor geral do órgão. "Estamos vivendo em um País que é a bola da vez. O mundo tem respeito pelo Brasil em temas de agricultura e o Brasil hoje não tem medo de encarar outros candidatos", avaliou.CommoditiesGraziano defendeu a posição da França sobre a formulação de medidas para conter a disparada dos preços das commodities agrícolas. Segundo ele, as interpretações feitas do discurso do presidente francês Nicolas Sarkozy não estão corretas, porque as propostas ainda não estão totalmente definidas. "Estive na França na sexta (dia 11), conversando com o Ministério da Agricultura, e eles não têm proposta acabada. Eles são a favor de algum mecanismo de intervenção, mas não significa que é de preços", argumentou. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, no entanto, foi a Paris participar da reunião do G-20 armado com contra-argumentos para uma possível proposta de intervenção de preços.Segundo Graziano, a França é um país tradicional de regulação, mas as primeiras interpretações estão erradas. "Estamos sendo precipitados. Já tem gente a favor e contra uma coisa que não existe, pois a proposta não está fechada", afirmou. Conforme ele, é preciso lembrar que, como presidente do G-20, a França terá de buscar um consenso para a questão. "Ninguém enfiará goela abaixo nenhuma resolução." Para o ex-ministro, há uma ameaça de se repetir a crise de 2008, porque quase não houve avanços em temas de regulação de mercado. "O que temos de saber é se a proposta francesa vai abrir barreiras... o diabo mora nesses detalhes", considerou, acrescentando que a desregulamentação dos mercados não beneficia nenhum país.

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