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Captação de água de chuva gera economia

Novos edifícios são obrigados a ter poços para armazenar o líquido. Se reaproveitado, pode ser utilizado para lavar áreas comuns

Por Cris Olivette
Atualização:

SÃO PAULO - Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. A citação extraída da Lei de Conservação da Massa, criada pelo francês Antoine Lavoisier no século 18, expressa a luta que parte da humanidade vem empreendendo em busca da sustentabilidade do planeta. Em época de Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, vale lembrar que esse conceito pode e deve ser implantado até em seu condomínio.

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Na capital, desde 2005 as novas edificações devem seguir as determinações da Lei 14.018, que instituiu o Programa Municipal de Conservação e Uso Racional da Água em Edificações. Entre outras orientações, a lei prevê captação, armazenamento e utilização de água proveniente da chuva. Além de propiciar economia da água tratada, a medida contribui para evitar enchentes.

"Desde que a lei entrou em vigor, as construtoras têm seguido as diretrizes básicas estabelecidas pela municipalidade e os empreendimentos são entregues com bacias de retenção da água de chuva", afirma o diretor do administradora de condomínios Itambé, Audrey Ponzoni.

Na opinião do vice-presidente de administração imobiliária e condomínios do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Hubert Gebara, não existe obrigatoriedade de reutilizar a água de chuva que foi armazenada e muitos prédios liberam o escoamento para a galeria de águas pluviais, uma hora após o início da chuva. "Nesse caso, a captação cumpre papel semelhante ao dos piscinões, retendo a água durante a chuva para ser descartada posteriormente."

Esse procedimento, porém, não ocorre no condomínio New York Club, situado na Vila Romana, zona oeste de São Paulo. Lá, a captação e uso da água de chuva tem propiciado uma economia de cerca de R$ 3 mil mensais.

"Desde que fui eleito síndico, há dois anos, procurei adotar medidas práticas de redução de custos", afirma Angelo Dias. O prédio de três anos foi construído seguindo a orientação da lei municipal e possui três poços com capacidade de armazenamento de 20 mil litros cada. "Primeiro colocamos cloro e tratamos o ph da água captada. Depois, por meio de uma bomba, alimentamos cinco espelhos d’água que ornamentam os jardins."

Dias explica que a água dos espelhos é reutilizada para regar os jardins. "Como os espelhos d'água ficam sobre a garagem, canalizamos uma torneira para dentro dela, o que permite que a água também seja usada para sua lavagem." Segundo o síndico, eles também aproveitam a água da chuva para fazer lavagem do piso das áreas comuns.

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"A água usada na lavagem do piso segue para ralos que alimentam o poço novamente, fechando o ciclo de reúso."

O consumo mensal de água no condomínio gira em torno de 3.800 m³ por mês. "Com a implantação dessas práticas economizamos cerca de 400 m³ mensalmente, o que significa uma redução de 10% do consumo de água", afirma Dias.

Mas, segundo Ponzoni, condomínios antigos também podem implantar um sistema para captar e armazenar a água de chuva. Antes, porém, é preciso fazer um estudo sobre a viabilidade técnica e financeira do projeto. "Em grandes empreendimentos, o retorno sobre o investimento se mostra muito interessante e a instalação do sistema é efetivamente uma forma adequada de se reduzir os gastos com água."

Ponzoni explica que, se o estudo demonstrar que o projeto é viável, o passo seguinte é realizar assembleia para debater o conceito e aprovar os custos de elaboração de projeto e de execução das obras. "Aprovado o projeto e suas verbas em assembleia, recomendamos que a instalação seja realizada por empresa especializada, que se responsabilize pela gestão do projeto e obra desde o início até o sistema entrar em operação." Segundo ele, também é necessário se prever pequena verba mensal para a manutenção preventiva do sistema.

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