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Cargill recorre à Justiça para reabrir porto no Pará

Na decisão anterior, Justiça disse que isso só poderia ser feito depois que empresa elaborasse estudos de impacto ambiental, exigência feita pelo Ministério

Por Agencia Estado
Atualização:

A multinacional Cargill ingressou nesta segunda-feira, dia 26, com mandado de segurança no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) contra decisão tomada na terça-feira passada, dia 20, pela 6ª turma do mesmo órgão, que determinou o fechamento do terminal graneleiro da empresa em Santarém, no oeste do Pará. Ela pede para que o porto, fechado no sábado por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), seja imediatamente reaberto. A Justiça Federal, na decisão da semana passada, entendeu que isso só deve ser feito depois que a Cargill elaborar os estudos de impacto ambiental, o Eia-Rima, exigência feita pelo Ministério Público Federal (MPF), autor da ação. Os advogados da empresa fundamentam o recurso, afirmando que o desembargador federal Souza Prudente, relator do processo no TRF-1, não poderia modificar decisão do juiz de primeira instância, no ano 2000, que ao julgar o mérito disse que a empresa teria de fazer o Eia-Rima, mas sem paralisar o embarque de soja. "O desembargador extrapolou sua decisão", disse ao Estado o diretor de Assuntos Corporativos da Cargill, Afonso Champi. "Se o Ministério Público tivesse entrado com recurso contra a ordem do juiz em 2000, ele poderia ter pedido o fechamento do terminal, mas não fez isso. Além disso, a Companhia Docas do Pará e a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sectam), assim como o Ibama, também não recorreram, aceitando a decisão do juiz de Santarém. O que não pode agora é querer fechar se o juiz, lá atrás, não tinha autorizado isso", acrescentou Champi. Ele espera que o mandado seja julgado antes do dia 4 de abril, quando a Cargill espera embarcar 20 mil toneladas pelo porto de Santarém, hoje embargado. "Se a Justiça Federal entender que o porto deve ficar fechado, paciência. Se não, o embarque da soja será feito", resumiu. Por Santarém, a empresa embarca anualmente 1 milhão de toneladas de soja. Caso o terminal continue fechado, a exportação terá de ser feita pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Pelo terminal da Cargill é escoada, para grandes mercados da Europa e Ásia, toda a soja produzida no centro-oeste brasileiro. As fábricas processadoras de soja da Cargill estão localizadas em Uberlândia (MG), Ponta Grossa (PR), Mairinque (SP), Barreiras (BA), Rio Verde (GO) e Três Lagoas (MS). Seus terminais portuários ficam Paranaguá (PR), Guarujá (SP) e Santarém (PA). O faturamento bruto da empresa, no Brasil, em 2004, foi de R$ 12,9 bilhões.

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