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Carne bovina exportada para Europa será rastreada

Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina permitirá a identificação individual de cada animal, além de uma série de informações desde a origem até o momento em que ele ingressa no frigorifico

Por Agencia Estado
Atualização:

A partir de 1º de julho as empresas brasileiras que exportam carne bovina para os países que integram a União Européia terão que adquirir animais para abate de propriedades que integrem o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Em solenidade realizada hoje no Ministério da Agricultura, o ministro Marcus Vinícius Pratini de Moraes entregou o certificado de habilitação às quatro empresas que irão atuar inicialmente no programa: Planejar (RS); Gênesis (PR); Certificações Brasil (SP); e Serviço Brasileiro de Certificação (SP). Na próxima semana mais três empresas deverão ser habilitadas, informou o ministro. ?Chegamos a um novo patamar com a implementação do Sisbov. Em quatro anos seremos o maior exportador de carne do mundo e temos que nos preparar para enfrentar a disputa internacional porque o novo nome do protecionismo mundial se chama defesa animal?, disse o ministro. O Sisbov foi lançado em janeiro pelo Ministério da Agricultura e permitirá a identificação individual de cada animal, além de uma série de informações desde a origem até o momento em que ele ingressa no frigorifico. A rastreabilidade bovina foi uma exigência da União Européia - cujos países já tem este controle ? para que o Brasil continuar exportando carne bovina, especialmente pelo temor de doenças, como a vaca louca. A adesão ao Sisbov é voluntária e as despesas com a certificação serão bancadas pelos produtores, sendo que o custo por animal varia entre R$ 3,50 a R$ 4,00. O mecanismo de identificação do animal rastreado será de livre escolha do produtor (chip, brinco, marca) e as informações sobre a origem, alimentação, vacinação, movimentação e abate serão transmitidas pelas certificadoras por meio de um sistema informatizado vinculado a um banco de dados, cuja central será administrada pelo Ministério da Agricultura. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério , Luiz Carlos de Oliveira, disse que embora o processo de certificação esteja sendo oficializado com o credenciamento das empresas por meio de portarias publicadas no Diário oficial da União, não haverá entraves às exportações. Segundo ele, quando o governo negociou o sistema ? há dois anos ? com a União Européia, já se comprometeu a conceder garantias adicionais de controle até que o rastreamento tivesse sido feito. A intenção do governo é a de ter todo o rebanho brasileiro ? 160 milhões de cabeças ? devidamente inscrito no Sisbov até dezembro de 2007. O programa será instalado em etapas. Depois da União Européia, os próximos a se inscreverem serão os criadores cujos animais se destinam à exportação dos demais países. A data limite para este grupo é dezembro de 2003. Em terceiro lugar, estão as propriedades localizadas em estados livres da febre aftosa ou em processo para alcançar esse status, que terão que participar do sistema até dezembro de 2005. Para as demais regiões, o prazo final de adesão é dezembro de 2007. O ministro disse que embora exista uma exigência internacional para o sistema, o grande beneficiado será o consumidor brasileiro. Segundo ele, entre 70% a 80% da carne produzida no País se destina ao consumo interno. ?O sistema permite maior segurança alimentar, além de agregar maior valor à produção e permitir a competição em um mundo cada vez mais globalizado?, disse. Ressaltou ainda a importância da segurança alimentar para os consumidores devido a incidência no mundo e doenças como a vaca louca, transmíssivel ao homem, e a febre aftosa que dizimou milhares de rebanhos na Europa no ano passado.

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