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Carrefour espera fim de estoques para reajustar preço

Por Agencia Estado
Atualização:

A ameaça feita pelo Grupo Pão de Açúcar de anexar avisos nos supermercados, recomendando ao consumidor não comprar produtos com preços remarcados, não será seguida pelo Carrefour. A rede francesa alega que não enfrenta problemas com produto porque os estoques garantem o abastecimento ainda por algum período. No caso do açúcar, cujo mercado é dominado por três grandes empresas, os estoques devem durar cerca de 30 dias, de acordo com o diretor de compras nacionais, João Alvetti. Ao final deste prazo, segundo ele, quando tiver de negociar novamente, o Carrefour provavelmente deverá aceitar os aumentos, "até o limite de não prejudicar o cliente". A esta altura, acredita a empresa, toda a concorrência já terá corrigido os preços. "A idéia é ser o último a aumentar", disse. O diretor afirmou que, assim que a crise econômica começou, o Carrefour passou a reforçar os estoques, o que o está deixando agora em uma "situação confortável". Marcas Além disso, a rede tem recorrido à substituição de marcas. No começo do ano, iniciou um projeto de busca de fornecedores regionais, a fim de concorrer com as marcas líderes. Esta estratégia, de acordo com o diretor, ajudou a elevar o faturamento em 10,1% nos primeiros nove meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. "A regionalização ajudou a segurar os preços e atrair clientes", afirmou. Em alguns meses, o número médio de tíquetes (fluxo de consumidores) chegou a crescer 50%. Ele negou que a ausência de algumas marcas mais conhecidas possa ter prejudicado as vendas. "O consumidor está muito esperto. Ele acha que ervilha é ervilha, por exemplo, e não importa a marca", afirmou. Paralelamente à regionalização, a empresa apostou nas marcas próprias. Estes produtos acabaram preenchendo os "buracos" nas prateleiras causados pela dificuldade de negociação de alguns produtos. Natal Esperando a continuidade do aumento de vendas, o Carrefour pretende comprar neste Natal 20% mais que o ano passado. Com um volume maior, a idéia é mais uma vez obter preços mais competitivos. A empresa está antecipando para o sábado o início da campanha de produtos natalinos, que em geral é realizada na segunda quinzena de novembro. E está anunciando 100 produtos por preços iguais ao do ano passado. São basicamente bebidas e frutas secas, encomendadas no primeiro trimestre do ano, quando o dólar ainda não tinha disparado. A promoção vai coincidir com a campanha de aniversário do concorrente Extra, do Grupo Pão de Açúcar, que começou hoje e deve envolver mais de 1.000 itens. Aves e panetones, entretanto, estão fora da promoção do Carrefour. De acordo com Alvetti, as conversas com as indústrias estão ainda em curso. No caso das aves, a vantagem agora é o número de fabricantes, cerca de cinco, ao contrário dos anos anteriores, quando o mercado era dominado apenas por duas empresas. Já com relação ao panetone, a situação é mais complexa porque a Bauducco, com a compra da Visconti, detém mais de 50% do mercado. Mesmo assim há a opção dos fornecedores regionais, alega Alvetti. Com a redução do dólar, a rede está até tentando trazer panetone da Argentina.

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