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Carrefour inaugura lojas menores para reduzir gastos

Por Agencia Estado
Atualização:

Para reduzir custos, o Carrefour está inaugurando lojas menores que as das unidades antigas da rede. Com as mudanças, a empresa diminui gastos de manutenção - como os de iluminação e limpeza - e reduz custos referentes à administração dos estoques. Segundo o diretor de mercadorias do Carrefour, Luiz Carlos Santos, a diminuição de espaço integra a política de pouco investimento sobre ativos, para repassar a economia aos preços. A 79ª unidade do Carrefour, a ser aberta amanhã em Santo André, no ABC, terá um salão de vendas de 8 4 mil metros quadrados, comparados à média de 11 mil metros quadrados das demais unidades. A loja do Shopping Taboão, na Grande São Paulo, também aberta neste ano, tem 8 mil metros quadrados. Segundo o executivo, todas as mudanças feitas na empresa visam sempre diminuir gastos operacionais. Nas novas unidades, o Carrefour tem reduzido a largura dos corredores e os espaços de exposição dos produtos, o que tem permitido à rede varejista inaugurar lojas cerca de 2 mil metros quadrados menores que as anteriores. Além da área menor, a loja Oratório, a ser inaugurada amanhã, trará também outras novidades em relação as demais. A área de perecíveis foi aumentada, privilegiando as seções de carnes, peixarias, hortifrutis, panificação e pratos prontos. No total, a unidade trabalhará com cerca de 70 mil itens. A loja também será a primeira no Brasil a ter um cyber café, com oito computadores disponíveis, cujo uso será cobrado. A expectativa da empresa é receber 5 mil usuários por mês. O Carrefour já oferece acesso à internet na seção de informática, ao custo de R$ 3,00 a hora, valor que pode ser cobrado também na nova loja, localizada em área anteriormente ocupada por um clube da Rhodia. A obra é a primeira do projeto de revitalização da região, implementado pela Prefeitura de Santo André. Um parque que havia na região será mantido pela empresa em parceria com o município. Na inauguração, o Carrefour promete colocar mais de 500 produtos em promoção, com descontos de 10% a 30%. Marcas líderes A falta de consenso nas negociações com a indústria levou o Carrefour a abrir mão de marcas líderes. A empresa ficou sem estes produtos em alguns momentos nos últimos meses por não aceitar os aumentos que julgou ´injustificáveis´. O açúcar União, por exemplo, esteve fora das gôndolas por dois meses. Hoje está de volta, com preços reajustados, mas compete com marcas mais baratas. A parceria que a rede mantém com alguns fabricantes que fornecem produtos chamados "primeiro preço" garantiu o abastecimento, disse o diretor de Mercadorias, Luiz Carlos Santos. Foi o caso do açúcar Caravelas, que está sendo vendido por R$ 0,89, enquanto o União está em R$ 1,04. Santos alega que desde julho os aumentos pedidos chegam a 60% e o Carrefour tentou repassar o mínimo possível, sacrificando suas margens. Além de abrir mão das marcas líderes - a estratégia abrangeu outros produtos e marcas -, a empresa usou a estratégia de reduzir o volume negociado e a área de exposição ou excluir produtos das promoções, com intuito de brecar os aumentos. Indagado se não c onsiderava a manobra arriscada nesta fase de forte competição do setor, Santos alegou: "Faz parte do nosso negócio. O Carrefour tem um papel importante para evitar aumentos." A empresa argumenta que esta posição, aliada a compras antecipadas de produtos assim que fornecedores sinalizaram aumentos, vem garantindo a elevação do faturamento, mesmo com a crise econômica. Outubro foi o melhor mês do ano em vendas, superando até a média dos meses anteriores de crescimento de 10% sobre o ano passado. O desempenho foi superior até a setembro, quando a empresa realiza as promoções de aniversário. Santos admite que a situação atual é desfavorável para as negociações com a indústria, mas não está pior do que sempre foi. A rede, segundo ele, está rejeitando os aumentos dos setores de maior concorrência e admitindo o repasse daqueles mais cartelizados para não ficar sem o produto, mas negociando à exaustão e sacrificando parte de suas margens em alguns casos. Natal Com relação aos produtos natalinos, o diretor afirmou que as encomendas de aves ainda estão em curso, mas devem ser concluídas em breve. Neste caso específico, os aumentos são até compreensíveis por causa do aumento da soja e do milho. Ele admite que marcas secundárias, cujos preços são menores, podem ter mais espaços nas prateleiras. "O Carrefour não vai deixar de vender peru da Sadia", assegurou. Mas ele acredita que, por causa do poder aquisitivo baixo, outras marcas devem sair mais. No caso dos panetones, cujo mercado está nas mãos da Bauducco, as negociações já foram fechadas, só que os preços ao consumidor ainda não estão definidos. Ele já adiantou que este produto também deve ter aumento. Embora existam diversas marcas regionais, não será possível ficar sem Bauducco nas gôndolas. Por garantia, no entanto, a empresa está ampliando a produção do panetone com a marca da rede, que será vendido a R$ 2,49 o pacote com 250g.

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