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Carro novo perde valor ao sair da concessionária

Os seminovos, veículos com até três anos de uso, são bem mais baratos que os novos. Modelos 2001, que ainda estão dentro da garantia de fábrica, podem custar até 22% menos que um zero quilômetro.

Por Agencia Estado
Atualização:

Após o ciclo da inflação no País e com o mercado automotivo valorizado, tornou-se um mau negócio comprar um carro novo para ganhar com a sua venda, pois o veículo se desvaloriza logo após sair da concessionária. A queda no preço se deve principalmente à facilidade de aquisição de carros zero quilômetro. Do lado dos usados, a dificuldade da venda, mesmo os veículos com uma quilometragem baixa podem ter seu preço depreciado em até 22%. De acordo com especialista ouvido pela Agência Estado, como as montadoras se esforçam para chegar ao consumidor, principalmente com a chegada dos carros populares, o comprador na maioria das vezes prefere comprar um carro novo a um seminovo, apesar da diferença de preços entre eles. É que, além do fato de ser novo, pode-se escolher melhor a cor e os opcionais do veículo. Veja algumas comparações de preço Carros populares, por sua maior procura, costumam se desvalorizar menos com relação a carros mais luxuosos. Um Gol Special 1.0 duas portas, por exemplo, custa R$ 15.341,00 na tabela de carros novos. O mesmo modelo, com menos de um ano de uso, sai por R$ 12.800,00 em algumas concessionárias, uma depreciação de 16,56%. Um Fiesta duas portas 1.0 zero quilômetro custa R$ 14.690,00 na tabela. Um seminovo custa por volta de R$ 12.500,00 - uma desvalorização de 14,90%. No caso de um carro médio, de menor saída, a diferença é bem maior. Uma Paraty, por exemplo, com motor 1.8 nova custa R$ 29.600,00. Com menos de um ano de uso, o mesmo veículo custa R$ 24.000,00 - 18,91% a menos. No caso do Golf, a desvalorização chega a 21,96%. O carro novo custa R$ 34.600,00 e o usado, modelo 2001, sai por R$ 27.000,00. Há opções de financiamento É um bom negócio comprar um carro usado modelo 2001. Além da economia, ele vem com a garantia de fábrica, já que, na maior parte dos casos, essa garantia é de mais de um ano. Mas o consumidor deve ficar atento a eventuais danos que o carro possa apresentar, principalmente com relação à lataria. É possível negociar um abatimento no preço do veículo, dependendo do seu estado e da sua quilometragem. As concessionárias também fazem financiamento de veículos seminovos. Os juros cobrados variam de loja para loja, e é preciso pesquisar se é melhor obter o financiamento com a própria concessionária ou junto a algum banco. No Crédito Direto ao Consumidor (CDC), são cobradas diversas taxas de juros, e é bom fazer uma pesquisa antes de pedir um financiamento. A menor taxa é cobrada pelo Itaú, no financiamento de dois a 12 meses: 2,16% ao mês. A maior é cobrada pela Nossa Caixa: 3,95% ao mês no financiamento de 25 a 36 meses. Veja no link abaixo a tabela completa com os juros do CDC cobrados por todos os bancos para financiamento de veículos. Comprador deve levar mecânico de confiança A vantagem de comprar-se um carro zero quilômetro é a de que ele vem com garantia de fábrica. Muitas vezes, o consumidor não confia o suficiente no vendedor ou no dono anterior do veículo para comprar um seminovo. Assistente de direção do Procon-SP - órgão de defesa do consumidor ligado ao governo -, Gabriela Ribas Antônio avisa que é melhor levar um mecânico de confiança para avaliar uma compra. "O consumidor tem esse direito", disse Gabriela. "Além disso, ele deve pedir para dar uma volta com o carro", completou. A assistente de direção informa ainda que, como em qualquer compra, há um prazo de 90 dias para a loja sanar qualquer defeito que exista no carro. "Mas muitas vezes, o vício está oculto. Nesses casos, os 90 dias começam a contar a partir do dia em que o consumidor descobre o problema." Gabriela informou que é muito difícil de se estabelecer quando existe um vício oculto. "Por isso, é sempre importante que o consumidor guarde a nota fiscal da compra", disse. Também é importante ligar para o Detran e saber se o antigo dono ainda tem uma multa pendente. "Caso haja alguma, ela é de responsabilidade da loja." Cuidados com o financiamento Gabriela também alertou o consumidor para, em casos de financiamento, entrar em contato com a financeira para saber se ela já foi informada sobre a transferência. "E ele nunca deve assinar um papel em branco", o que ainda é bastante comum, segundo ela.

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