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Cartada final para concluir Rodada Doha será em julho

Por JAMIL CHADE
Atualização:

A Organização Mundial do Comércio (OMC) dará sua última cartada para fechar um acordo na Rodada Doha. A entidade, com sede em Genebra, convocou para o dia 21 de julho uma reunião ministerial com o objetivo de superar as diferenças entre os governos. Um fracasso, porém, paralisaria todas as negociações da Rodada Doha até pelo menos 2010. Para o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, um fracasso em julho colocaria a própria existência da OMC em risco. Ontem, o diretor da OMC, Pascal Lamy, optou por lançar a convocatória depois de uma reunião com cerca de 30 países. A idéia é de tentar encerrar um acordo antes do fim do mandato do presidente dos Estados Unidos George W. Bush, que se encerra em janeiro de 2009. O processo foi lançado em 2001 e deveria ter sido concluído em 2005. Mas, desde então, os governos não conseguem se entender sobre como deve ocorrer a liberalização do setor agrícola e industrial. A decisão de se convocar uma reunião ministerial foi tomada depois de meses de intensas negociações para tentar aproximar as posições. Um dos pontos cruciais era a concessão de flexibilidades para que os países emergentes possam manter certas barreiras para a importação de produtos industriais. Porém, norte-americanos e europeus alertam que cada país deve ter apenas 10% de suas importações protegidas. Em contrapartida, o Brasil, alegando tentar salvar o Mercosul, exige que um número maior de linhas tarifárias possam ser protegidas. Já Índia e outras economias emergentes afirmam que não estão preparadas para fazer cortes de até 60% em suas tarifas, como querem os países ricos. Agricultura No setor agrícola, os países ricos alegam que não tem como fazer concessões no corte de tarifas e de subsídios se não obtiverem um "pagamento" dos países emergentes em forma de acesso a seus próprios mercados. Os países emergentes querem um teto para os subsídios americanos em US$ 12 bilhões por ano. Washington defende a marca de US$ 17 bilhões e, em sua nova lei agrícola (Farm Bill), praticamente perpetua até 2013 os subsídios fora de qualquer parâmetro aceitável para Brasil e outros governos.

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