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Cartões: fuja do crédito rotativo

Cobranças indevidas e juros sobre pagamentos atrasados são as reclamações mais freqüentes registradas nos órgãos de defesa do consumidor. Para evitar prejuízos, os usuários de cartões de crédito devem fugir do crédito rotativo.

Por Agencia Estado
Atualização:

A cobrança de despesas indevidas e o custo dos débitos atrasados são as maiores queixas dos usuários de cartões de crédito registradas no Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e no Procon de São Paulo. "O problema dessas reclamações é a demora para se negociar uma solução", diz a assistente de direção do Procon, Dinah Barreto, ela mesma vítima de uma cobrança indevida. Muitas vezes, exemplifica, o consumidor garante que não efetuou determinado gasto, mas a administradora demora de 60 a 90 dias para confirmar que a assinatura do boleto de compra não é a dele. "É muito desgastante", diz. O Procon recebeu entre janeiro e julho deste ano 5.450 registros (4.994 consultas e 456 reclamações) relacionados a cartões de crédito e de lojas. No Idec, com 40 mil associados, as queixas envolvendo o mesmo assunto figuram em quinto lugar na lista da entidade. Segundo diz o coordenador de atendimento do Idec, Marcos Diegues, entre as reclamações mais freqüentes dos associados do instituto, relacionadas a cartões de crédito, estão os custos das taxas de juros cobradas pelas administradoras quando o cliente atrasa o pagamento. "É juro sobre juro, o que é ilegal", diz. Mas a questão, explica, é muito polêmica e o consumidor precisa ser orientado se deseja procurar a Justiça. Órgãos do consumidor aconselham evitar juros Fugir do crédito rotativo é a primeira recomendação dos especialistas do Procon e Idec a quem possui um ou mais cartões. Eles lembram que os juros do rotativo são altíssimos e até superiores ao do cheque especial. "No rotativo, a dívida do consumidor está sendo financiada e ele paga caro por este crédito", diz Diegues. Ele considera melhor pedir um empréstimo pessoal para pagar integralmente a fatura do que ficar devendo no cartão. A assistente de direção do Procon lembra que, ao não efetuar o pagamento da fatura, o portador do cartão pode arcar com juros de 11% a 13% ao mês, mais juros de mora de 1% e multa de 2%. "O cartão sempre deve ser usado com a maior parcimônia possível, o total de gastos deve ser controlado e o consumidor precisa ter certeza de que poderá saldá-lo quando a fatura vier", alerta. Outro problema enfrentado por consumidores com cartões é a cobrança de seguro, que deve ser opcional e não obrigatório. "Hoje este fato ocorre com menos freqüência, mas ainda acontece", diz Dinah Barreto. A clonagem do cartão também é um caso complicado de resolver, enfatiza, porque os lojistas não costumam conferir assinatura de quem está comprando.

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