
18 de agosto de 2010 | 00h00
O bancário Rui Cesar de Campos Júnior, casado com a cabeleireira Gizele há oito anos, dará entrada em um novo financiamento imobiliário em junho de 2011 - mês que a construtora promete entregar o seu apartamento pronto.
A data está distante, mas Campos já calculou quanto pegará emprestado e o prazo que levará para quitar o imóvel. "Conversei com economistas para saber o que é recomendável e o que não é ao assumir uma dívida de longo prazo como esse financiamento."
O prazo de pagamento está decidido: 20 anos. O comprometimento de boa parte da renda de Campos e Gizele por vários anos exigiu que o casal fizesse escolhas, como ele mesmo diz. "A mobília será colocada aos poucos e os eletrodomésticos, a princípio, serão os mesmos que temos hoje em nossa casa", relata.
De bate-pronto, o único investimento do casal na nova casa será o piso. "E faremos isso porque realmente não tem como mudar para lá no contrapiso." Viagens e saídas para restaurantes, também estão fora dos planos do casal por "um bom tempo". "Precisamos controlar as finanças ou corremos o risco de atrasar uma prestação do novo empréstimo."
O financiamento de automóveis tem prazo menor quando comparado ao imobiliário. Mas o comprometimento de parte significativa da renda por alguns anos consecutivos também obriga as pessoas a deixarem alguns gastos de lado para que não haja atraso da prestação.
O professor da rede estadual Alexandre de Castro Martins é um exemplo. Ele está há um ano e meio do fim do financiamento de 60 meses que comprometeu um terço da sua renda mensal. "Nesse tempo, a prestação do empréstimo esteve equiparada, em termos de importância, com o pagamento das contas de casa, como aluguel, luz e gás", diz.
Agora, Martins conta os dias para quitar o financiamento. "Já estou procurando imóveis para, assim que eu terminar de pagar o carro, financiar a minha casa", diz o professor.
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