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CCR: 50% das ações são vendidas no exterior

Primeira companhia a lançar ações no Novo Mercado da Bovespa, a CCR informou que metade de seus papéis foram vendidos no exterior. Empresa opera com prejuízo e não teme eventual vitória da oposição nas eleições.

Por Agencia Estado
Atualização:

Metade das ações da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) foi colocada no exterior, enquanto outros 50% foram adquiridos por investidores brasileiros. O diretor de relações com investidores da empresa, Líbano Barroso, afirmou que, da colocação no exterior, 40 pontos porcentuais referem-se a aplicadores do mercado europeu e 10 pontos porcentuais, dos Estados Unidos. A CCR é a primeira empresa a colocar ações no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que pretende lançar apenas papéis de companhias que sejam transparentes na divulgação de seus balanços e que respeite os acionistas minoritários (ver links abaixo). Do total de 16,9 milhões de ações emitidas, 98% ficaram com investidores institucionais - entre eles o BNDES, que comprou R$ 45 milhões em papéis da empresa. Os outros 2% ficaram com pessoas físicas. O "green shoe" de 2,5 milhões de ações não saiu. O lote todo foi vendido ao preço mínimo de R$ 18,00. Barroso acredita que a empresa começará a distribuir dividendos a partir de 2003. Atualmente, a companhia opera com prejuízo (de R$ 268,8 milhões até setembro). Segundo ele, a fase de investimentos pesados já passou e a empresa está gerando caixa - com margem de geração de 40%. O patrimônio líquido da CCR estava negativo em R$ 198,00 milhões no final de setembro de 2001. O diretor afirmou que isso se deve ao procedimento contábil adotado pelas concessionárias. Os passivos devem ser corrigidos pela inflação, enquanto os ativos não têm essa regra. Isso gera uma separação entre ativo e passivo, com uma variação monetária negativa. Esse valor deve ser levado a resultado, o que eleva o prejuízo e o patrimônio líquido negativo. O diretor contou que já sugeriu uma mudança da regra, que já está sendo avaliada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e uma decisão pode sair nos próximos meses. Emissão foi feita pelo mínimo Barroso afirmou que a maioria das propostas recebidas pela empresa no processo de bookbuilding foi feita sem limite de preço, ou seja, a valor de mercado. Segundo ele, foi a própria companhia que decidiu realizar a emissão pelo valor mínimo de R$ 18,00. "Nós sabíamos que teríamos de lançar a um preço que gerasse upside para os papéis em Bolsa", afirmou há pouco, em entrevista coletiva na Bovespa, após a cerimônia de estréia da CCR no Novo Mercado. O presidente do conselho da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), Eduardo Andrade, afirmou que foi difícil tomar a decisão de lançar ações num momento conturbado para a economia mundial. O diretor de relações com investidores, Líbano Barroso, disse que a empresa estava preparada para a entrada no Novo Mercado. "O principal risco, dos investimentos, já passou", comentou. Ele contou que os procedimentos contábeis da companhia foram questionados no exterior, devido ao escândalo da Enron. "Tivemos de mostrar que nossa contabilidade é confiável." Liquidez é preocupação da CCR A questão da liquidez é uma das preocupações da CCR. A empresa lançou 16,9 milhões de papéis, com 20% do free float- e não 25% conforme as regras do Novo Mercado. Apenas 2% da operação ficou com pessoas físicas e mais de 100 investidores institucionais compraram os outros 98%. O diretor ainda afirmou que a empresa não tem receio em relação ao processo eleitoral deste ano. " Essa questão foi muito abordada pelos investidores estrangeiros", disse em entrevista coletiva na Bovespa. Para ele, a oposição concorda que é preciso conceder os investimentos em estradas para a iniciativa privada. "Nossa relação com o PT é excelente", afirmou, referindo-se à possibilidade de o partido da oposição sair vencedor na eleição presidencial. Segundo Barroso, já foram realizadas experiências de parceria com prefeituras petistas, como a de Campinas, onde a empresa também opera.

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