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CCR arremata aeroporto da Pampulha por R$ 34 milhões, com ágio de 245%, e reforça presença no setor

Empresa já tem a concessão do aeroporto de Confins; contrato é de 30 anos, podendo ser prorrogado por mais cinco

Por Juliana Estigarríbia
Atualização:

A CCR marcou mais uma vez território no setor de aeroportos, que passa por um momento aquecido com leilões na esfera federal e também estadual. O grupo de infraestrutura arrematou a concessão do Aeroporto da Pampulha (MG), por R$ 34 milhões, com um ágio de 245,29%. Com a conquista, a companhia passa a operar 17 aeroportos no País e reforça seu protagonismo nesse mercado.

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O contrato da Pampulha prevê concessão e 30 anos para ampliação, manutenção e exploração do terminal aeroportuário, localizado a cerca de 10 quilômetros de Belo Horizonte. O critério foi o maior valor de outorga fixa, com valor mínimo de R$ 9,84 milhões, e houve disputa acirrada com o Consórcio ASA, formado pela Infracea e pela Expresso Industrial.

O aeroporto da Pampulha é atualmente utilizado para aviação executiva e geral (empresas particulares, táxi aéreo e hangares). Segundo o sócio-fundador da Valisa Business Intelligence e consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Marcelo Valença, no leilão a CCR apostou no conceito de dupla de aeroportos em centros urbanos. O grupo já detém a concessão de Confins, a cerca de 40 quilômetros de Belo Horizonte.

“O conceito faz todo o sentido pois o Aeroporto da Pampulha poderá assumir a vocação de aviação executiva e aviação executiva compartilhada, além de manutenção de aeronaves sem a necessidade de saída do mainstream das rotas”, afirma. “Paralelamente, Confins poderá competir com Brasília pelo hub da aviação nacional e carga internacional”, acrescenta.

Ele destaca que a concessão poderá trazer também investidores imobiliários para a construção de hangares na zona aeroportuária, reduzindo custos no segmento.

Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. Foto: Carlos Alberto/Imprensa MG - 6/11/2012

Os investimentos previstos pelo governo de Minas Gerais com a concessão são estimados em R$ 151 milhões. Desse total, cerca de R$ 65 milhões serão investidos nos primeiros 36 meses, destinados, entre outros serviços, à construção de um terminal de aviação geral, sistema de pistas de táxi, recuperação parcial do pavimento da pista e preparação para novos hangares.

A presidente da CCR Airports, Cristiane Gomes, disse que este é um momento importante para o setor. “Muitos voos domésticos estão acelerando. Com a retomada, vamos nos tornar cada vez mais a maior plataforma de operação de aeroportos do País”, afirmou em coletiva de imprensa após o leilão.

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Para o analista de transportes e co-Head de Equity Research da XP, Pedro Bruno, a concessão da Pampulha é um projeto relativamente pequeno para o porte da CCR, mas entra no contexto da concessão da empresa em Confins. “Há uma sinergia óbvia neste sentido”, avalia o especialista.

Cristiane Gomes disse que haverá “muitas sinergias” entre as operações da Pampulha e de Confins. “Nosso objetivo não é dividir voos (com Confins). Com a retomada, esperamos ampliar novas rotas junto às companhias aéreas e certamente Pampulha fará parte desse processo”, assinalou.

Na avaliação de Pedro Bruno a concessão da Pampulha está em linha com a estratégia da CCR de expandir a sua plataforma de aeroportos. “A companhia tem muitos ativos neste setor e este foi mais um passo nessa direção. A CCR mantém seu foco em rodovias, aeroportos e mobilidade urbana.”

A partir de agora, o mercado se volta para a 7ª rodada de concessão de aeroportos do governo federal, prevista para o ano que vem. No pacote, estão incluídas as últimas joias da coroa do setor: os terminais de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ).

“O apetite do mercado está grande e a tendência é que a CCR aposte fortemente no próximo leilão de aeroportos”, afirma Marcelo Valença.

O diretor de novos negócios da CCR, Gustavo Lopes, disse na coletiva de imprensa que a companhia está avaliando a oportunidade. “Estamos olhando a 7ª rodada, mas não temos nenhum tipo de decisão tomada ainda."

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