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CCR negocia novas rotas com empresas aéreas, após colocar mais 15 aeroportos no portfólio

No Brasil, CCR opera Aeroporto de Confins, na região metropolitana de BH, além de outros três terminais na América Latina

Por Juliana Estigarríbia
Atualização:

Após arrematar dois blocos de aeroportos no último leilão do governo federal, a CCR se prepara para assumir mais 15 terminais, tornando-se a maior operadora em número de concessões do setor no País. Segundo a presidente da CCR Aeroportos, Cristiane Gomes, sua equipe já está em conversas com companhias aéreas para o desenvolvimento de novas rotas, um importante passo para expandir a malha aérea no Brasil. 

Aeroporto Internacional Afonso Pena (CWB), em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba Foto: Divulgação/Infraero

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A CCR levou o chamado bloco sul, com 9 terminais, por R$ 2,12 bilhões e um ágio de 1.534% sobre o valor inicialmente pedido. Já o bloco central, com 6 aeroportos, foi arrematado por R$ 754 milhões e ágio de 9.156%. "A CCR é uma operadora aeroportuária de longa data e estávamos estudando este leilão há mais de dois anos. Fizemos estudos muito aprofundados sobre os ativos e conhecemos a matriz de risco da rodada. Vamos entregar excelentes resultados", afirma a executiva.

No Brasil, a CCR já opera o Aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), além de outros três terminais na América Latina. Nos Estados Unidos, o grupo adquiriu 70% da Total Airport Services (TAS), empresa norte-americana de prestação de serviços aeroportuários.

Embora o Aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba (PR), tenha a maior movimentação de passageiros dos dois blocos, Cristiane garante que todos os terminais arrematados "têm desafios e oportunidades relevantes". "Vamos nos organizar para que todos os aeroportos tenham as obrigações de investimento cumpridas. Vamos levar nossa experiência e excelência na prestação de serviços."

Um grande passo para transformar a prestação de serviços é a negociação de novas rotas. Segundo a executiva, as conversas com as companhias aéreas já começaram. "O desenvolvimento de rotas é um trabalho que demanda tempo considerável e esse trabalho de preparação é fundamental."

Para ela, apesar dos impactos negativos da pandemia da covid-19, o desenvolvimento de novas rotas não deve ser postergado. "As companhias aéreas vão precisar oferecer novos voos para sua retomada e por isso esse trabalho é tão importante."

Com a vacinação contra a covid-19, a CCR acredita que o setor de aviação vai se recuperar de maneira acelerada. "Com a imunização da população, teremos uma retomada importante e rápida dos voos, o que já está acontecendo nos Estados Unidos."

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Cristiane afirma que, após o cumprimento dos ritos legais do leilão, incluindo a assinatura dos contratos e a homologação dos projetos, os aeroportos devem estar 100% sob a operação da CCR entre o final deste ano e o início de 2022.

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O mercado espera que a CCR participe também da 7ª rodada de concessão de aeroportos do governo federal, prevista para 2022, quando serão leiloadas as "joias da coroa" do setor: Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ). Além disso, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vem afirmando que pretende leiloar 22 aeroportos regionais no segundo semestre deste ano.

"Não podemos garantir que vamos participar de todos, mas a nossa equipe está mobilizada e estudando a matriz de risco desses leilões", diz a presidente da CCR Aeroportos.

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Ela considera que as oportunidades no cronograma de projetos de infraestrutura no País, atualmente, são grandes, mesmo diante do caso ocorrido nesta semana envolvendo o bloco Norte, leiloado também na 6ª rodada. Na última terça-feira, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, decidiu retirar o Aeroporto Internacional de Manaus do bloco, em que foi arrematado junto com outros seis aeroportos, por R$ 420 milhões, pela francesa Vinci Airports.

"Estamos acompanhando o caso, mas somos investidores de longo prazo e fizemos estudos bastante aprofundados para este leilão", diz a executiva.

Para ela, o País continua sendo o principal foco da CCR Aeroportos. "Temos atuação internacional, mas vamos trabalhar para entregar as novas operações e o Brasil continuará sendo nossa prioridade."

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Em outro segmento, na semana passada a CCR arrematou, por R$ 980 milhões, as linhas 8 e 9 da CPTM de São Paulo. Para Cristiane, isso não deve atrapalhar os planos de investimento do grupo. "A CCR tem um balanço robusto e o nível de endividamento está longe de ser agressivo. Temos oportunidades de aumentar a alavancagem, buscando recursos no mercado financeiro para aproveitar o cronograma de projetos de infraestrutura no Brasil."

Embora a divisão de aeroportos seja a mais jovem do grupo, fundada em 2012, Gomes afirma que a 6ª rodada foi um divisor de águas. "Demos um importante passo, o setor aéreo é estratégico para a visão intermodal da CCR." 

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