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C&A e Marisa serão investigadas por erotização infantil em propagandas

A primeira teria feito propaganda que estimula comportamento sexual irresponsável e a segunda cometeu equívoco em frase estampada numa camiseta

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Por Murilo Rodrigues Alves
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BRASÍLIA - O governo abriu processos administrativos para apurar se campanhas da C&A e da Marisa colocaram em risco a saúde e segurança de crianças ao apresentar conteúdo sexualizado. As empresas foram notificadas e têm dez dias para apresentar as defesas. No caso da C&A, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), ligado ao Ministério da Justiça, apura publicidade abusiva na campanha "Papai-Mamãe Não!!!". Nos encartes distribuídos nas lojas, havia posições do Kama Sutra. A denúncia, feita pelo Instituto de Defesa do Consumidor, diz que a campanha estimularia a juventude a comportamento sexual irresponsável e denegria valores familiares.  A C&A argumentou que a campanha não desrespeitou qualquer norma legal nem violou à moral ou à instituição do casamento. A empresa informou que a campanha do dia dos namorados começou a ser veiculada em 29 de maio de 2008 e foi retirada de circulação em 6 de junho do mesmo ano, por determinação do Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar). Procurada, a empresa disse não poder comentar o caso, uma vez que o assunto ainda está em discussão administrativa.Veja abaixo um dos vídeos da campanha: Já as lojas Marisa serão investigadas pela comercialização de camisetas infanto-juvenis com a frase "Great rapers tonight", que significa "Ótimos estupradores hoje à noite". Uma letra "p" subtraída fez com que a frase virasse obscena, em vez de "Great rappers tonight", que inglês vira "ótimos rappers hoje à noite".  A empresa diz que tomou conhecimento do erro em 29 de outubro de 2013 e tomou providências imediatas para a retirada dos produtos de venda nas lojas físicas e virtual. O produto foi comercializado a R$ 25,99 e depois a R$ 9,99 "em razão da pouca aceitação do público e até a retirada definitiva do produto do mercado" em dois dias. A Marisa permitiu que os consumidores trocassem a camiseta ou tivessem o dinheiro devolvido. Segundo a empresa, foram vendidas 251 camisetas em 390 lojas físicas e no comércio eletrônico.

Falta de um 'p' na palavra 'raper' mudou o sentido do que a marca queria dizer Foto: Reprodução

Outras duas empresas também vão ter que responder ao governo sobre publicidade infantil abusiva. A Igui World precisa explicar a campanha "Salva Vidas" que pode ter incentivado comportamento perigosos à saúde das crianças, além de comportamentos machistas e adultizados. Na peça, três meninos estão brincando em uma piscina e admirando a beleza de duas adolescentes. Um deles finge que está afogando para ganhar um beijo de uma delas. O órgão de defesa do consumidor também vê indícios de que a campanha da Mattel do jogo Hot Wheels incentivou violência, estresse e outros males ao público infantil. Procurada, a Mattel disse que não vai comentar esse assunto no momento. (Colaborou Raquel Brandão)

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