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Cechin sugere medidas para a Previdênca ao FMI

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Previdência e Assistência Social, José Cechin, informou que na sua reunião de hoje à tarde com os técnicos da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que está no Brasil, apresentou uma série de propostas para reduzir o déficit da Previdência privada e pública do País. Cechin contou que boa parte do encontro foi dedicado à apresentação dessas propostas. Segundo o ministro, os representantes do Fundo queriam saber quais as perspectivas de aprovação de novas reformas pelo Congresso para redução do déficit previdenciário. O ministro disse que a idéia central das propostas apresentadas ao FMI é a de que "vive-se mais, tem-se que trabalhar mais e contribuir mais para a Previdência". O déficit do INSS neste ano será de R$ 17 bilhões e o da previdência dos servidores públicos da União, Estados e municípios e dos militares será de R$ 53 bilhões, o que dá um total, em 2002, de R$ 70 bilhões. Os gastos totais com o pagamento de benefícios previdenciários no País, segundo os dados apresentados pelo ministro ao Fundo, serão de R$ 150 bilhões neste ano. "Isso é uma montanha". Cechin relatou também que entre as propostas que apresentou aos representantes do FMI está a de aumento do período de contribuição exigido dos segurados que se aposentam por idade. Outra proposta é a de se igualar a idade exigida para aposentadoria dos trabalhadores urbanos à exigida dos trabalhadores urbanos. Os trabalhadores rurais, hoje, se aposentam com 56 anos, a mulher, e 60 anos, o homem. Nos centros urbanos, a idade é de 60 e 65 anos, respectivamente. "O trabalho rural não é mais penoso do que nos centros urbanos", disse. Ele informou ter mostrado ao FMI também uma proposta de aumentar o incentivo para que os brasileiros que têm direito a se aposentar por tempo de contribuição adiem a aposentadoria. Esse incentivo seria dado mediante o pagamento de um benefício de valor maior. "O resultado é no bolso, pagando-se uma melhor aposentadoria para quem adiá-la". O ministro informou que conversou com os representantes do FMI também sobre mudanças na aposentadoria dos servidores públicos, que dependem de alterações na Constituição, que só podem ser aprovadas por emenda, o que exige o voto de três quintos no Congresso. Ele não explicou quais eram essas propostas, limitando-se a dizer que ainda estão sendo "costuradas". Todas essas sugestões de mudanças serão listadas em um livro que o ministro da Previdência está concluindo para ser editado em breve para servir de sugestão ao próximo governo. José Cechin admitiu que, entre os representantes do FMI, a questão do déficit previdenciário é uma preocupação forte do FMI.

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