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Celular 3G será nova paixão de milhões no País

Por Ethevaldo Siqueira
Atualização:

Como ocorre na Europa e na maioria dos países desenvolvidos, a terceira geração do celular (3G) amplia e multiplica os recursos do celular, possibilitando a prestação de novos serviços de alta velocidade, de dados e multimídia. E mais importante ainda: com a 3G consolida-se a internet móvel. Tudo isso nos interessa de perto, pois a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) prepara a abertura do leilão de freqüências para os serviços de 3G. Assim, 2008 deverá ser o ano da terceira geração no Brasil. Em visita à Vodafone, operadora britânica, na semana passada, experimentei alguns serviços com velocidade nominal de 3,5 megabits por segundo (Mbps). Até o fim do ano, haverá serviços ainda mais rápidos, de 7,2 Mbps. O grande salto da terceira geração é o uso quase ilimitado da banda larga. Com o avanço, as operadoras podem oferecer serviços mais rápidos de acesso à internet em banda larga, maior interatividade, melhores transmissões de vídeo e imagens, novos conteúdos, jogos sofisticados, serviço de localização, combinando GPS com triangulação de antenas, serviços de informação, rádio FM, câmera digitais de foto e vídeo de alto padrão e serviços mais inteligentes. Com o uso de memórias de 5 gigabytes ou mais, o celular pode armazenar milhares de fotos e músicas em MP3. Os aparelhos mais sofisticados chegam a captar um trecho de música, pesquisar na internet autor e intérprete, identificando a canção e baixando-a inteirinha, em nosso celular, em poucos segundos, por alguns centavos de euro. INTERNET MÓVEL Usei uma placa de celular 3G da Vodafone em meu laptop e circulei por Londres, acessando a internet sempre acima de 1 megabit efetivo. É uma experiência fantástica que torna realidade um dos serviços mais desejados por executivos, estudantes, jornalistas e outros profissionais que precisam acessar a internet a qualquer hora, em qualquer lugar. Tecnicamente, o serviço é chamado de Acesso por Pacotes de Download de Alta Velocidade (HSDPA ou High Speed Download Packet Access). As operadoras brasileiras apostam no sucesso desse serviço de internet móvel de alta velocidade. João Cox, presidente da Claro, considera revolucionário o papel que a 3G deverá desempenhar no Brasil. Mario Cesar Araujo, presidente da TIM, prevê que a oferta de banda larga nas maiores cidades do País será uma alternativa extraordinária para a inclusão digital. Marco Aurélio Rodrigues, presidente da Qualcomm do Brasil, prevê que a 3G deverá ter impacto semelhante ao do telefone pré-pago na democratização da banda larga e dos serviços de internet de alta velocidade. POR QUE 3G? A primeira geração do celular (1G), surgida nos anos 1980, era totalmente analógica. Os primeiros telefones celulares pesavam de 5 a 10 quilos, consumiam a bateria em 30 minutos de conversação e as ligações sofriam todo tipo de interferência. Com a evolução da microeletrônica, o tamanho dos aparelhos foi sendo reduzido, até caírem abaixo de 100 gramas. A segunda geração, 2G, totalmente digital, chegou ao Brasil em 1997. É a dos telefones celulares atuais, que tem maior velocidade, maior estabilidade e duas variantes tecnológicas: o CDMA e o GSM, incompatíveis entre si. Nesta segunda geração, os aparelhos evoluem continuamente, incorporando câmeras digitais, para foto ou vídeo, acesso à internet a velocidades que vão de 56 quilobits por segundo (kbps) a 2,4 Mbps. O mundo todo vive a transição entre 2G e 3G. Os celulares de tecnologia CDMA já oferecem acesso móvel à internet a 384 kbps, com a tecnologia EVDO. No caso de acesso fixo, a velocidade nominal pode chegar a 2,4 Mbps. Na prática, contudo, fica abaixo de 1 Mbps, por compartilhar a mesma freqüência com outros usuários. Os celulares da tecnologia GSM, por sua vez, evoluem dos serviços EDGE (120 kbps) para HSDPA de 3,5 Mbps, a 7,2 Mbps e 14 Mbps. Mas a 3G não é o fim do processo. No futuro, virão os Serviços de Evolução de Longo Prazo (LTE, de Long Term Evolution), com velocidades de até 100 Mbps. 3G NO MUNDO O mundo está alcançando no fim do ano a marca de 3 bilhões de celulares em serviço. Desse total, 320 milhões de assinantes, ou seja, 10% da base mundial, já são de terceira geração. O padrão mundial de 3G é chamado de Serviços Móveis de Telecomunicações Universais (UMTS, sigla de Universal Mobile Telecommunications Service), que usa a tecnologia WCDMA (Wideband Code Division Multiple Access). Apenas a China terá variante desse padrão, o Time-Division-Synchronous CDMA (TD-SCDMA). Com a progressiva implantação desses padrões, deverão desaparecer as atuais incompatibilidades e disputas entre as tecnologias de segunda geração GSM e CDMA. O fenômeno da expansão da telefonia móvel na Europa pode ser avaliado pela densidade ou penetração do celular em diversos países. Na Alemanha, são 108 celulares por 100 habitantes. Na Espanha, 112. Na Escandinávia, 116. Na Grã-Bretanha, 119. Em Portugal, 126. E na Itália, 145.

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