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Cemig assegura taxa de retorno de 12% no Madeira

Por Raquel Massote
Atualização:

O presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, afirmou hoje, durante teleconferência com analistas, que a decisão do conselho de administração em aprovar a manutenção da participação de 10% no Consórcio Madeira Energia segue a visão estratégica determinada pelo plano diretor e que a taxa de retorno de 12% está assegurada. "A participação foi analisada pelo conselho e aprovada por unanimidade e a taxa de retorno está assegurada", garantiu. De acordo com ele, a empresa continua pensando em ampliar esta fatia. "Estamos firmes no consórcio e até pensando em ampliar", completou. O executivo disse que, para a Cemig, a entrada no consórcio - liderado pelo Grupo Odebrecht e pela estatal Furnas, além do Banif, Santander e Andrade Gutierrez - abre caminho para que a empresa venha participar no longo prazo de outros mega projetos como a Usina de Jirau, também no Rio Madeira, Belo Monte e possivelmente da disputa para a concessão de linhas de transmissão nessa região. Para a participação no outro projeto do Madeira, Morais revelou que a Cemig continuará seguindo as orientações do Conselho para que a participação agregue valor à companhia, ou seja, garanta os mesmos 12% de taxa de retorno. Para o grupo, conforme Morais, a Cemig poderá participar com a experiência já adquirida de utilização das turbinas bulbo, em outros empreendimentos. "Esta experiência trará uma vantagem fina ao grupo", acredita. Morais revelou ainda que o Madeira Energia já firmou um contrato de seguro, no valor de R$ 2 bilhões, para cobrir eventuais custos decorrentes do atraso na implantação do projeto, com uma conseqüente perda de receita e ainda os riscos cambiais e ambientais. "O seguro dá tranqüilidade e elimina qualquer risco neste sentido e o projeto deve ter cuidado de se proteger contra esses riscos", afirmou o diretor de Finanças, Participações e Relações com Investidores, Luiz Fernando Rolla. O nome da seguradora não foi informado. Ele informou ainda que a empresa pretende iniciar as negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obter o financiamento para o projeto. Ele acredita que devido às condições já anunciadas pelo banco, a estrutura de capital poderá ser confortável no patamar de 70% financiados e 30% em recursos próprios. O consórcio já definiu que destinará 70% da energia ao mercado cativo e o restante aos consumidores livres. Durante o leilão, a disputa foi definida logo na primeira fase, com um lance R$ 78,90 por MWh, com deságio de 35%. Para o presidente da Cemig, embora os valores tenham ficado abaixo da expectativa do mercado, a pista para que o projeto garanta um retorno adequado é justamente a escala. "Não esperávamos que os preços ficassem nos valores estabelecidos. Temos clientes livres que estão buscando mais energia", afirmou. Ele revelou que a companhia já está tentando negociar o volume de 30% da energia gerada pela usina no mercado livre, mas não revelou os patamares de preço.

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