BRASÍLIA- O Banco Central afirmou nesta terça-feira, 6, na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que a conjuntura econômica recomenda a manutenção da taxa de juros básico, a Selic, nos níveis atuais e que, após as eleições, o mercado reduziu os níveis de incertezas tanto quanto ao futuro da economia, como com relação ao andamento das reformas consideras essenciais pelos agentes do mercado financeiro, como é a reforma da Previdência.
O comunicado, a instituição diz que a "diminuição de incertezas no âmbito doméstico produziu redução dos prêmios de risco embutidos nos preços de ativos brasileiros". E, por isso, o BC "ainda prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural". Conforme o BC, embora as estimativas desta taxa "envolvam elevado grau de incerteza, os membros do comitê manifestaram entendimento de que as atuais taxas de juros reais têm efeito estimulativo sobre a economia".
Esses riscos altistas englobam "uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira", além do risco de "continuidade de deterioração do cenário externo para economias emergentes". Já o risco baixista, com menor peso, se refere à possibilidade do "nível de ociosidade elevado produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado".
Em outro trecho da ata da reunião da semana passada, o Copom reforçou que o grau adequado de estímulo à economia "depende das condições da conjuntura, em particular, das expectativas de inflação, da capacidade ociosa na economia, do balanço de riscos e das projeções de inflação". "Em especial, a provisão de estímulo monetário requer ambiente com expectativas de inflação ancoradas", acrescentou o BC.
Ao mesmo tempo, o BC repetiu, na ata, uma ideia contida em suas comunicações mais recentes: a de que o estímulo deve ser removido gradualmente "caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora".
Reformas estruturais na economia
A ata voltou a reforçar que a aprovação das reformas fiscais e de ajustes na economia brasileira são fundamentais para a sustentabilidade da inflação baixa e estável.
Segundo o colegiado, as reformas também ajudam no funcionamento pleno da política monetária e possibilitam a redução da taxa de juros estrutural da economia. "O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes", repetiu o documento.
Mais uma vez, os membros do Copom destacaram também a importância de outras iniciativas que visam aumento de produtividade, ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de negócios.