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Cenário eleitoral pesa mais uma vez e Bovespa cai 0,49%

Bolsa encerrou com recuo pela quinta vez seguida; queda das bolsas internacionais também influenciou

Por Clarissa Mangueira
Atualização:
Os papéis das companhias estatais voltaram a ser pressionados pelos resultados das pesquisas eleitorais mais recentes, que mostraram vantagem da presidente Dilma Rousseff Foto: Estadão

A Bovespa registrou sua quinta sessão seguida de queda, nesta terça-feira, afetada pelas contínuas especulações em torno das eleições e pela queda das bolsas internacionais. No fim do dia, o Ibovespa caiu 0,49%, a 56.540,50 pontos, após reduzir as perdas durante à tarde, ajudado por um movimento dos investidores para zerar posições, segundo um operador do mercado. O volume de negócios somou R$ 6,953 bilhões, segundo dados preliminares. Na máxima da sessão, o índice atingiu 57.332 pontos (+0,90%) e, na mínima, 56.086 pontos (-1,29%). Nos últimos cinco pregões, a bolsa acumulou baixa de 4,35%. No mês, a Bolsa acumula queda de 7,75% e, no ano, alta de 9,77%. 

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Na primeira parte da sessão, a Bovespa operou com volatilidade reagindo a pesquisas eleitorais e ao mau humor no exterior, após a divulgação de indicadores econômicos. 

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do bloco caiu para 52,3 em setembro, de 52,5 em agosto, segundo números preliminares da Markit. Embora o resultado acima de 50,0 indique expansão de atividade, o dado foi o pior em 2014 e ficou ligeiramente abaixo da previsão dos analistas, de uma leitura de 52,4. O indicador acabou ofuscando a leitura preliminar do índice dos gerentes de compras (PMI) da China, calculado pelo HSBC, divulgada mais cedo, que apontou alta para 50,5 em setembro. 

O dado da economia europeia renovou a pressão por novas medidas não convencionais a serem adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE), conforme já ventilado ontem pelo presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, e provocou quedas acentuadas das bolsas da região. Londres fechou com baixa de 1,44%, Paris (-1,87%) e Frankfurt (-1,58%).

O mau humor nos mercados acionários europeus acabou contagiando as bolsas de Nova York, que também operam em território negativo hoje. No fim do pregão em Wall Street, o Dow Jones (-0,68%), S&P 500 (-0,58%) e Nasdaq (-0,42%). A agenda de indicadores econômicos dos EUA apontou que o PMI industrial medido pela Markit se manteve em 57,9 em setembro, no maior nível em 52 meses. Já o índice de atividade regional do Fed de Richmond subiu a 14 em setembro, ante previsão de 12,5. 

No âmbito doméstico, foi anunciado resultado recorde da arrecadação da Receita em agosto. A arrecadação federal fechou em R$ 94,378 bilhões, uma alta real (com correção da inflação pelo IPCA) de 5,54% em relação a agosto do ano passado. Na comparação com julho de 2014, houve queda real de 4,73%. O resultado foi recorde para o mês e ficou dentro do intervalo encontrado na pesquisa realizada pelo AE Projeções com o mercado financeiro e abaixo da mediana.

A alta das ações da Vale, que foram beneficiadas pelo resultado do PMI industrial chinês, ajudou a limitar a queda da bolsa na sessão. Vale ON (+0,99%) e Vale PNA (+0,71%).

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Já os papéis das companhias estatais voltaram a ser pressionados pelos resultados das pesquisas eleitorais mais recentes, que mostraram vantagem da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno das eleições. Banco do Brasil ON (-1,34%), Eletrobrás ON (-2,34%), Eletrobrás PNB (-2,86%), Petrobrás ON (-1,75%) e Petrobrás PN (-2,23%).

No setor de telecomunicações, o destaque foram as ações da OI e da TIM, que subiram 1,17% e 1,18%, respectivamente. A Oi anunciou que não participará do leilão 4G na frequência de 700Mhz e, segundo um profissional do mercado, a decisão reforça a ideia de que a empresa fará oferta pela TIM.

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