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Cenário externo ainda é instável

Apesar dos bons resultados do mercado acionários nos primeiros dias de junho, a cautela deve ser mantida. Isso porque a instabilidade ainda não passou. O mercado financeiro continua de olho na desaceleração da economia norte-americana.

Por Agencia Estado
Atualização:

O cenário para o investimento em ações este ano voltou a ficar mais promissor nas últimas semanas, depois que a economia dos Estados Unidos começou a dar sinais de desaceleração. Caso isso se confirme, os juros norte-americanos devem subir com menos intensidade nos próximos meses e o cenário para investimentos em Bolsa pode melhorar. Apesar das boas perspectivas, o investidor deve levar em consideração que as aplicações em renda variável oferecem alto grau de risco em qualquer circunstância. Mesmo em momentos de estabilidade, é aconselhável destinar apenas uma pequena parte dos recursos para a Bolsa. Quem tem maior disposição por risco, pode colocar uma parcela maior de recursos, mas existe a possibilidade de perder tudo o que investiu. Cenário interno é favorável, mas o investidor deve ter cautela. O gestor de Renda Variável da ABN Amro Asset Management, Alexandre Póvoa, entende que, se ficar afastado o risco de uma desaceleração brusca da economia norte-americana, que poderia levar a uma recessão e prejudicar o crescimento da economia mundial, o Índice Bovespa pode atingir uma valorização entre 17,02% e 22,87% no acumulado do ano. Póvoa considera que o cenário interno positivo - inflação acomodada, retomada do crescimento, contas públicas sob controle - favorece a Bolsa. Além disso, uma diminuição das oscilações externas pode levar o Banco Central a retomar a trajetória de queda dos juros domésticos. Isso favorece ainda mais o investimento em Bolsa. O diretor de Renda Variável da Lloyds Asset Management (LAM), Paulo de Sá Pereira, é mais cauteloso. Ele diz que a expectativa é que, mesmo se for confirmado o desaquecimento da economia, os juros norte-americanos devem continuar a subir, ainda que menos acentuadamente. Juros em alta são desfavoráveis para os mercados acionários. Isso porque o investidor ganha rentabilidade sem precisar correr os riscos do mercado de ações. O diretor acredita que as oscilações vão continuar elevadas no curto prazo. Por isso, ele recomenda cautela até mesmo para quem tem disposição a correr riscos. No caso de um investidor que pode aplicar até 30% em ações, o ideal é ter hoje de 15% a 20% dos recursos investidos em Bolsa. Veja na seqüência as indicações dos analistas para o melhor investimento no momento.

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