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Cenário externo ainda preocupa

Apesar da melhora do mercado internacional em função de anúncio do resultado da Nokia outros fatores, como o petróleo e a situação da Argentina, ainda podem deixar o mercado instável.

Por Agencia Estado
Atualização:

O clima de instabilidade no cenário internacional não acabou. Porém, alguns resultados de empresas norte-americanas divulgados nessa manhã podem deixar o dia menos conturbado hoje. A Nokia, líder mundial na fabricação de telefones celulares, anunciou um crescimento de 40% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. O motivo, segundo a companhia, foi um aumento da demanda. A melhora do cenário pode ser prejudicada por outros fatores externos - a alta do preço do preço do petróleo e a situação da Argentina (veja mais informações no link abaixo). Os investidores estão atentos à reunião que acontece este fim de semana no Cairo entre reis e chefes de Estado dos países árabes. No início da manhã, os negócios com o petróleo bruto do tipo Brent para entrega em novembro estão em alta de 0,30% em Londres, a US$ 31,40 por barril. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em alta de 2,43%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - começam o dia pagando juros de 17,200% ao ano, frente a 17,260% ao ano ontem. No mercado de câmbio, o dólar está cotado a R$ 1,8720 na ponta de venda dos negócios - queda de 0,16% em relação às últimas operações de ontem. Resultados de empresas deixam o mercado instável O resultado de empresas norte-americanas divulgados desde o início de dezembro tem prejudicado o desempenho da Nasdaq - bolsa norte-americana que negocia papéis do setor de tecnologia e Internet. Desde o dia 1º de outubro, a bolsa eletrônica acumula uma queda de 16,06 %. O mercado acionário brasileiro reflete o baixo desempenho de Nova York e registra uma baixa de 9,47% no mesmo período. De acordo com Marcelo Carvalho, economista-chefe do JP Morgan, no caso da Nasdaq, há uma revisão do preço justo das ações de empresas do setor de tecnologia. Como os resultados têm saído abaixo do esperado, há uma revisão, por parte dos investidores, das projeções de ganho com os papéis dessas empresas nos próximos anos. No caso da Bovespa, o movimento de queda é motivado pelo nervosismo criado no mercado de ações global. "Em relação às ações negociadas na Bovespa, isso não significa que a projeção de ganho diminuiu. Pelo contrário, os papéis estão com preço bem abaixo do que, de fato, valem. Vale destacar que o momento macroeconômico atual é favorável para o investimento em ações", explica o economista. Momento exige cautela Mas, em cenários de instabilidade, é importante manter a cautela, tanto para investir como para quem vai mudar de aplicação. Para quem tem um dinheiro disponível agora os fundos DI (ou pós-fixados), que acompanham as taxas de juros, são as melhores opções. Os fundos de renda fixa prefixados podem trazer rendimento atraente, mas em um prazo mais longo. Mesmo assim, o rendimento do fundo vai depender da "duration" dos papéis, ou seja, do vencimento dos papéis que compõem a carteira. No caso das ações, só deve aplicar nesse segmento quem tem tolerância ao risco. Não há nenhuma garantia de rentabilidade em qualquer período definido. Nesse caso, a recomendação é que o investidor aplique apenas uma parte de seus recursos nesse segmento. Vale lembrar que a isenção da CPMF para o capital externo anunciada ontem (veja mais informações no link abaixo) pode ajudar a melhorar o cenário para esse investimento nos próximos dias.

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