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Cenário externo aumenta incerteza no mercado

A perspectiva de uma guerra com o Iraque soma-se ao desempenho decepcionante da economia mundial e as incertezas com a sucessão presidencial. O resultado é um retorno do pessimismo dos investidores brasileiros, ainda que com moderação.

Por Agencia Estado
Atualização:

Ontem os mercados brasileiros voltaram a cair em função das incertezas nos mercados externos. Ainda que as bolsas em Nova York fechassem em alta, elas acumulam mais de uma semana de fortes quedas, que não chegaram a contaminar os mercados brasileiros. O bom humor com a alta de José Serra (PSDB/PMDB), o presidenciável favorito dos grandes investidores, se sobrepôs ao cenário internacional. Agora, a situação se inverteu. Na corrida presidencial, Serra avançou ao passar de um terceiro colocado distante, para um empate no segundo lugar. Mas o fato já foi assimilado pelo mercado e as cotações já refletem essa realidade. Para que a conjuntura política volte a animar os investidores, Serra teria de se isolar no segundo lugar, dando indicações mais claras de que vencerá as eleições. Enquanto isso não acontece, o investidor estrangeiro segue hostil ao Brasil, mesmo porque está evitando aplicações de maior risco. A crise de confiança nas bolsas continua, e deve demorar algum tempo até que as aplicações voltem com mais força ao mercado acionário. Além disso, o desempenho das principais economias mundiais decepciona. Se isso tudo não bastasse, uma guerra entre os Estados Unidos e o Iraque está se configurando. O presidente George W. Bush e seus assessores insistem nas ameaças verbais ao país e passaram à ação. Estão buscando apoio no Congresso norte-americano e nos aliados estrangeiros para a guerra. O primeiro-ministro da Inglaterra, Tony Blair, já se pronunciou a favor. Bush também procura a Organização das Nações Unidas para expor seus argumentos. Como a região, que concentra grande parte da produção mundial de petróleo, é também uma das mais instáveis, a preocupação dos mercados é grande, e os preços do petróleo vêm subindo. O Banco Central (BC) está intervindo no mercado para segurar o dólar. Nos dois últimos dias vendeu dólares e linhas complementares de financiamento às exportações. Ainda assim, a pressão é grande. Só neste mês, o vencimento de títulos cambiais supera o US$ 1 bilhão. E enquanto o dólar não baixar, a perspectiva de melhora nos demais mercados é muito limitada. Mercado O dólar comercial foi vendido a R$ 3,1200 nos últimos negócios do dia, em alta de 0,65% em relação às últimas operações de terça-feira. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 20,250% ao ano, frente a 20,320% ao ano terça-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,37% em 9996 pontos. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 1,41% (a 8425,1 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - subiu 2,25% (a 1292,31 pontos). Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 1,40% (373,72 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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