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Cenário externo preocupa: dólar sobe 1,23% e Bolsa cai 3,10%

Por Agencia Estado
Atualização:

A preocupação global com as incertezas geradas pela economia dos EUA foi sentida nos mercados no Brasil. A Bolsa despencou 3,10%, acumulando uma queda de 8,25% em apenas três pregões. As taxas de juros subiram e o dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 2,2960, em alta de 1,23% em relação aos últimos negócios de ontem. Durante o dia, a moeda norte-americana chegou a ser vendida a R$ 2,3030, no patamar máximo desta quinta-feira. Lá fora, os títulos da dívida externa brasileira despencaram, enquanto o risco Brasil - taxa que mede a desconfiança do investidor estrangeiro em relação à capacidade de pagamento da dívida do país - avançou mais de 20 pontos base, chegando a 386 pontos. Os mercados reagiram às preocupações com os sinais de pressão inflacionária nos EUA, ressaltados nos últimos dias por indicadores econômicos e por membros do Federal Reserve (banco central norte-americano). Vale destacar que inflação em alta nos EUA pode motivar nova alta de juro no país, o que reduz a atratividade dos ativos de países emergentes. Os investidores antecipam esta possibilidade. Os estrangeiros podem iniciar um movimento de retirada de recursos e os investidores brasileiros adotam uma postura defensiva, o que resulta em alta do dólar e queda das ações. Divergências O mercado cambial foi hoje foco de divergência entre dois integrantes do governo. Os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, deram declarações divergentes sobre o câmbio. Palocci afirmou que, apesar da valorização do real, as exportações seguem com bom desempenho. Por isso, o governo não mudará a política cambial. Furlan observou, porém, que essa avaliação só é válida no curto prazo. "Na fotografia de hoje, ele (Palocci) tem razão. Mas nós aqui, por sermos a bandeira do desenvolvimento, temos a obrigação de olhar o futuro. Estamos colhendo hoje o que foi plantado em 2003 e 2004. E, no ano que vem, e nos anos subseqüentes, vamos colher o que estamos plantando agora", alertou. "O conforto de hoje não garante o sucesso de amanhã." Com isso, Furlan junta-se a seu colega da Agricultura, Roberto Rodrigues, nas críticas à condução da macroeconomia.

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