CRIATIVIDADE NA ARMAZENAGEM
O final de 2014 e o início de 2015 também exigirá "criatividade" do setor de armazenagem, na palavra do responsável pelas vendas na América Latina da GSI, maior fabricante mundial de silos e armazéns.
"Nós temos que ser um pouco mais criativos. O ganho (do setor agrícola) foi muito fácil nos últimos anos", disse o diretor de vendas e marketing para armazenagem da GSI América do Sul, José Luiz Viscardi Jr.
Ele lembra que linhas de crédito com juros abaixo da inflação oferecidas pelo governo brasileiro e investimentos de grandes tradings, que vislumbram os negócios não apenas no curto prazo, deverão manter um certo crescimento do setor.
No entanto, a redução das margens e o cenário eleitoral tornam mais difícil fechar negócios principalmente com pequenos e médios produtores.
"Pode haver um pequeno decréscimo (no ritmo de crescimento do setor de armazenagem). Temos um ano eletivo e isso contribui com uma retração do mercado, até termos uma definição do novo presidente", afirmou o executivo.
Analistas apostam que ao longo de 2015 os recursos dos produtores estarão mais focados na aquisição de insumos necessários para garantir a boa produtividade da safra seguinte, como fertilizantes e defensivos. Além da compra de maquinário mais lenta, poderia haver uma redução no ritmo de expansão de área plantada já em 2015/16.
"Há uma redução na compra de máquinas, tratores e colhedeiras... Também haverá impacto em abertura de novas áreas... Acho que já pega um pouco a safrinha de milho em 2014 e a soja 2015/16", projetou o diretor da consultoria MB Agro, José Carlos Hausknecht.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que o plantio de soja que começa nas próximas semanas (safra 2014/15) crescerá cerca de 5 por cento ante a temporada anterior, para um recorde de 31,6 milhões de hectares, com os produtores ainda bastante capitalizados após alguns anos de margens folgadas. Além disso, a oleaginosa ainda será uma melhor opção que o milho em muitas regiões.