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CENÁRIOS-Preço do petróleo impacta gastos no Oriente Médio

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Por Redação
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A recuperação dos preços do petróleo vai ajudar os exportadores do Oriente Médio a sair da crise econômica, permitindo a eles que mantenham o estímulo fiscal por um período mais longo do que governos de outras partes do mundo. A Arábia Saudita, principal exportadora de petróleo do mundo, e seus cinco vizinhos confiam pesadamente nas receitas com petróleo e gás. Os países do Oriente Médio estão em expansão fiscal desde 2002 para diversificar suas economias e, como resultado, o preço do petróleo necessário para manter os orçamentos sob controle avançou substantivamente. A seguir estão cenários possíveis para a região com base na faixa em que estarão os preços do petróleo. Uma pesquisa da Reuters mostrou no mês passado que o petróleo nos Estados Unidos deve ter média de 75 dólares por barril no ano que vem, depois dos 61,50 dólares em 2009. O preço do petróleo nos EUA despencou para 32 dólares por barril em dezembro passado, depois de atingir pico de 147 dólares em julho de 2008. Atualmente a commodity é negociada na faixa de 72 dólares. 30 DÓLARES POR BARRIL - Todos os países do Oriente Médio não conseguem equilibrar seus orçamentos e são forçados a repensar ambiciosos planos de expansão, já que estarão relutantes a usarem sua muito de sua poupança interna. - Os governos prometem acelerar o ritmo no curto prazo, mas muitos, como Kuwait e Omã, alertaram que desacelerariam os gastos se os preços continuarem baixos. O Kuwait é especialmente vulnerável, já que as exportações de petróleo são responsáveis por cerca de 90 por cento das receitas do país. - Produtores da Opep engavetam muitos projetos de investimento em energia e os gastos dos países com turismo e com o setor imobiliário são reduzidos, gerando aumento do desemprego. Os países que confiam em trabalhadores estrangeiros, especialmente os Emirados Árabes Unidos, sofrem com a queda na demanda do consumidor. - Os cortes na produção de petróleo para tentar manter os preços levam à contração do PIB do setor, que tem efeito dominó sobre os outros. - A confiança do investidor estrangeiro nas áreas de ações e na imobiliária do Oriente Médio diminui. Os lucros corporativos são afetados e o movimento de venda cresce nas bolsas do continente, dominadas por ações financeiras e do setor imobiliário. - Enfraquece a capacidade do país de gerar empregos e manter tradicionais programas estatais. Alguns governos confiaram em benefícios estatais e evitaram cobrar impostos sobre a renda pessoal para garantir lealdade política em uma região sem representação democrática. A 45 DÓLARES POR BARRIL - Os EAU e possivelmente o Kuwait poderão equilibrar os orçamentos se o crescimento nos gastos estatais continuar moderado e focado apenas em projetos essenciais de infra-estrutura. Importantes déficits orçamentários forçam Arábia Saudita, Omã e Bahrain a apelar às reservas internacionais. - Continuam baixos os valores das ações e no ramo imobiliário, já que os investidores estrangeiros se preocupam em investir na região. Os bancos continuam com aversão ao risco, já que enfrentam mais calotes de empréstimos para empresas e consumidores. - O risco de desemprego continua alto, já que o Estado tem escopo limitado para impulsionar os gastos, o que manteria o setor privado em dificuldades. - Investimentos no setor não-petrolífero desaceleram, reduzindo perspectivas de crescimento e, junto dos cortes na produção de petróleo, aumentam o risco de uma recessão prolongada em muitos países do Oriente Médio. ENTRE 55 E 60 DÓLARES POR BARRIL - Os países da região confortavelmente mantêm programas de gastos ou com pequenos superávits ou leves déficits orçamentários que são facilmente financiados com as reservas. As contas correntes ficam em equilíbrio. A Arábia Saudita consegue se manter ou chega a um superávit. - Volta o entusiasmo com os lucros corporativos, e as bolsas de valores - fortemente correlacionadas com o desempenho dos preços do petróleo - reagem positivamente, mas com moderação. - As economias da região conseguem sustentar baixos níveis de crescimento real e mantêm inflação moderada. - Ainda assim, o petróleo a 55 dólares detém o estilo de países que tradicionalmente basearam seus orçamentos em preços ainda mais conservadores. A Opep diz que 50 dólares por barril não é suficiente para investimentos ligados ao setor. A 75 DÓLARES POR BARRIL - Os países do Oriente Médio mantêm os planos de gastos ou cautelosamente os incrementam para assegurar projetos de infraestrutura e investir em setores com o petroquímico, petróleo e gás. Superávits orçamentários dão à região mais espaço para manobras. - Isso promove a criação de empregos e dá suporte ao setor não-petrolífero, elevando as perspectivas de crescimento moderado do PIB em toda a região. - A Arábia Saudita afirmou há um ano que o barril a 75 dólares é justo, permitindo ao reino financiar 400 bilhões de dólares em gastos públicos planejados para os próximos cinco anos. - Os investidores aumentam os gastos com novos projetos de petróleo e gás para elevar a produção, algo que os ministros da Opep dizem ser crucial para evitar futura falta global da commodity - um elemento que geraria preços maiores. - Aumentam as pressões inflacionárias, potencialmente colocando pressão sobre o Oriente Médio para repensar a correlação de suas moedas com o dólar. - Os lucros corporativos se fortalecem, permitindo às empresas que cresçam, e dá suporte aos ganhos nas bolsas de valores do Oriente Médio.

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