SEXTA-FEIRA NEGRA
Com o bolso apertado, o consumidor brasileiro deverá ficar mais sensível a ofertas e promoções, o que eleva as perspectivas para uma Black Friday movimentada.
O evento, que tem maior força na Internet, propõe descontos expressivos aos consumidores na última sexta-feira de novembro. No entanto, Fabio Bentes, da CNC, avalia que a data não muda fundamentalmente a dinâmica do setor, que segue afetada pelo baixo crescimento econômico do país.
"Não tenho dúvidas que o evento vai crescer dois dígitos, é fenômeno novo. Mas o impacto disso é muito pequeno", afirmou. A CNC estima que as vendas de Natal movimentarão 31,7 bilhões de reais. Com a Black Friday, o comércio eletrônico deve faturar cerca de 4 por cento disso, ou 1,2 bilhão de reais, segundo projeção da empresa de pesquisas de mercado e-bit.
Na Saara, maior centro de comércio popular do Rio de Janeiro, os lojistas apostam em aumento das vendas de fim de ano em linha com 2013, mas com consumidores mais contidos que em anos anteriores.
"Com o 13o salário sempre tem um 'boom' de vendas", espera o gerente de uma loja de roupas na rua da Alfândega, José Guilherme Carvalho. Segundo ele, o movimento está bom, mas os clientes buscam itens mais baratos, abaixo de 50 reais.
A comerciante autônoma Luana Reis Cajueiro reclamou da inflação sobre sua margem de lucro na revenda de bolsas, que caiu para 10 por cento. "Agora as coisas estão mais caras. Já cheguei a ganhar uns 20 por cento", disse.
Enquanto isso, a algumas quadras da loja de Carvalho, a agente comunitária Andreza Batista afirmou que vai usar o 13o salário prioritariamente para pagar dívidas. "Está tudo absurdamente caro. Vou priorizar crianças, filho e afilhados, para presentear."