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Centrais defendem redução da jornada de trabalho

Por Anne Warth
Atualização:

As principais centrais sindicais se uniram hoje no centro da capital paulista para iniciar um movimento de coleta de assinaturas para redução da jornada de trabalho, das atuais 44 horas para 40 horas semanais, sem diminuição de salários. Cientes da resistência que a proposta tem no Congresso, por conta da influência do meio empresarial, os sindicalistas pretendem defender, paralelamente, a aprovação de uma reforma tributária que diminua o peso dos impostos sobre a folha de salários. "Algumas atividades serão trabalhadas de forma correlata à idéia de redução da jornada de trabalho. Somos favoráveis à desoneração da folha de pagamento", disse o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. "Defendemos uma reforma tributária que diminua o peso dos impostos sobre as empresas. A desculpa de que é impossível diminuir a jornada de trabalho sem reduzir os salários não será aceita", afirmou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, conhecido como Juruna. "Foi a mesma conversa que ouvimos há 20 anos, na Constituição de 1988, quando diminuímos a jornada de 48 horas semanais para 44 horas semanais", acrescentou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique. Unidas, as centrais pretendem sensibilizar o Congresso Nacional a respeito dos ganhos de produtividade que as novas tecnologias proporcionaram às empresas nos últimos 20 anos. "Vamos entrar no debate sobre a distribuição dos ganhos sociais desses avanços tecnológicos", reiterou Juruna. Ele não descarta a convocação de uma greve geral caso as negociações não avancem. Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais (uma queda de 9,09%) poderia gerar 2,25 milhões de postos de trabalhos no País. Somente o fim das horas extras poderia gerar outro 1,2 milhão de empregos, assegura o órgão - sem considerar a redução da jornada. O objetivo das centrais é coletar 5 milhões de assinaturas até 1º de maio. Pelo menos 1,5 milhão de assinaturas são necessárias para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular sobre a proposta ao Congresso já no início de 2009. Participaram do movimento também a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).

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