21 de março de 2012 | 16h25
ROMA - A maior central sindical da Itália, CGIL, convocou nesta quarta-feira, 21, uma greve de oito horas contra a reforma trabalhista planejada pelo primeiro-ministro Mario Monti, que está sendo debatida no Parlamento italiano.
Após semanas de negociações com empresários e centrais sindicais sem um acordo, Monti resolveu levar adiante os planos de reforma trabalhista no país, o que motivou a greve geral convocada pela CGIL.
O ponto central de divergência é a mudança proposta no controverso artigo 18 da Lei Trabalhista da Itália, o que faria com que as empresas com mais de 15 funcionários pudessem demitir por razões disciplinares ou econômicas. Embora os empresários tenham recebido bem as mudanças na lei e apoiado o objetivo de Monti de criar programas de aprendizes para os desempregados mais jovens, a CGIL afirma que a mudança proposta poderá gerar desemprego em massa num período de instabilidade econômica no país.
Monti prometeu levar as reformas ao Parlamento com ou sem o apoio das centrais sindicais, mas poderá perder votos importantes do Partido Democrata.
Uma última reunião entre o governo e os representantes das empresas e dos trabalhadores está agendado para amanhã, enquanto o premiê se apressa em finalizar o projeto que propõe maior flexibilidade no mercado de trabalho antes de sua viagem à Ásia, no próximo fim de semana.
Portugal
A maior central sindical de Portugal prometeu paralisar o país amanhã e ocupar as ruas com manifestantes contrários às medidas de austeridade e às reformas trabalhistas do governo. A greve geral - a segunda desde que Portugal pediu ajuda externa no valor de 78 bilhões de euros, em abril do ano passado - reflete o aumento dos temores de que o país vá precisar de mais ajuda.
Embora o governo português tenha sido capaz de vender dívida de curto prazo no mercado a taxas menores, em leilão realizado hoje, os preços dos bônus de mais longo prazo negociados no mercado secundário registraram forte queda desde janeiro, com os juros movimentando-se na mão contrária. Os yields mais elevados tornariam impossível para o governo acessar os mercados novamente para pagar 9 bilhões de euros em dívida com vencimento no próximo ano.
"A austeridade não funcionou para a Grécia, e não funcionará para Portugal", afirma o presidente da maior confederação de sindicatos de trabalhadores do país, a CGTP, Armenio Carlos. Desta vez, a CGTP está convocando a greve sem o apoio da segunda maior central sindical, a UGT, que não quis participar. A divergência entre as duas centrais deve-se à recusa da CGTP em assinar o pacto para reforma trabalhista com o governo.
Como ocorreu na greve geral realizada em Portugal em novembro de 2011, novamente os transportes públicos devem ser bastante afetados em Lisboa e nas principais cidades do país. As informações são da Dow Jones.
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