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Centrais sindicais iniciam campanha para mínimo em R$ 400

Paulino, da Força Sindical, acredita que, diante da crise política que "assola" os poderes Executivo e Legislativo há cinco meses, existe interesse dos parlamentares em adotar medidas com forte apelo popular, caso do mínimo.

Por Agencia Estado
Atualização:

As centrais sindicais brasileiras lançam hoje, em ato na Praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo, o manifestado pela correção do salário mínimo para R$ 400 e correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física em 13%. Na próxima semana, os sindicalistas farão manifestação em Brasília e já agendaram para terça-feira, dia 29, às 17h, reunião com os ministros Antonio Palocci (Fazenda), Luiz Marinho (Trabalho), Dilma Roussef (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Planejamento) No dia seguinte, dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Social Democracia Sindical (SDS), Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), mantêm encontros com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PcdoB-SP). Segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, os encontros objetivam convencer o governo e o Congresso Nacional a aumentar o valor do mínimo para R$ 400 na proposta de Orçamento, a ser votada provavelmente em 15 de dezembro. "Entendemos que, dentro da promessa de aplicar uma política de recuperação do mínimo feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha presidencial de 2002, há espaço, sem dúvida, para elevarmos o mínimo de R$ 300 para R$ 400", afirmou. O sindicalista acrescenta que, diante da crise política que "assola" os poderes Executivo e Legislativo há cinco meses, existe interesse dos parlamentares em adotar medidas com forte apelo popular, caso do mínimo. "Os parlamentares precisam tomar alguma medida popular, senão, não vão se reeleger na eleição do ano que vem", opinou Paulinho, que também é presidente do PDT em São Paulo. Contas feitas A correção do mínimo para R$ 400 foi calculada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese) e, segundo o sindicalista, o valor não traria impactos acentuados às contas da Previdência Social. Por outro lado, Paulinho informou ter recebido informações de parlamentares ligados ao movimento sindical de que o relator do Orçamento na Câmara, deputado Carlito Merss (PT-SC), estuda propor elevação do mínimo para R$ 340, em maio do próximo ano. "Se isso for confirmado, é uma piada. Proposta de R$ 340 não dá nem para conversar", adiantou. Após o ato de hoje na capital paulista, os sindicalistas seguem em carreata de 500 automóveis, na segunda-feira, de São Paulo a Uberlândia (MG), passando por Ribeirão Preto (SP), onde farão manifestações. Na terça-feira chegam a Brasília, quando realizarão o manifesto e por lá permanecem até a quarta-feira, quando vão se reunir com os presidentes da Câmara e do Senado.

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