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Central de riscos do BC não empolga comércio de SP

Por Agencia Estado
Atualização:

A criação de uma nova Central de Riscos, a ser gerida pelo Banco Central (BC), é interpretada como uma proposta válida, mas que terá efeitos limitados. A partir do mês que vem, o BC deverá ter um cadastro com dados de clientes com contas nos bancos, que funcionará como uma espécie de proteção ao crédito. Os bons pagadores poderão ser beneficiados com juros menores. "Quanto mais informação sobre os indicadores de inadimplência, tanto melhor", disse Oimar Corrêa, gerente da assessoria econômica da Fecomércio-SP. A iniciativa é uma maneira de se obter a redução dos spreads cobrados pelo sistema financeiro nas operações de crédito ? diferença entre a taxa de captação dos bancos junto aos investidores e os juros cobrados nas operações de crédito. De acordo com Corrêa, um bom pagador que tenha tido uma adversidade pontual, como a perda do emprego ou um problema inesperado, não pode ser confundido com o devedor contumaz. "Ou seja, o bom pagador não pode ser penalizado." ACSP critica e faz sugestões O economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, embora avalie que "tudo que se fizer para melhorar o sistema de informação é válido", questiona a iniciativa do BC. Segundo ele, a criação desse cadastro de bons pagadores não deveria ser tarefa do governo, mas da iniciativa privada, como no caso dos atuais serviços de proteção ao crédito que indicam os maus pagadores. Hoje, segundo ele, falta apenas uma legislação clara que permita o trabalho da iniciativa privada neste setor. "É assim que funciona em vários países", disse Solimeo. No momento, a legislação em vigor permite que o consumidor questione a divulgação de informações de seu cadastro, mesmo que positivas, alegando invasão de privacidade.? Outro empecilho para o bom funcionamento do cadastro do BC, de acordo com ele, é a abrangência das operações que o BC cobrirá. Deverá, a princípio, ficar limitado às operações em contas correntes, não cobrindo todas operações de crédito, disse Solimeo.

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