PUBLICIDADE

Cepal: Brasil tem os juros reais mais altos

De acordo a pesquisa da Cepal, o Brasil cobrou a mais alta taxa de juros reais da região em 2000. Ainda, segundo o estudo, a desaceleração dos EUA pode beneficiar as exportações brasileiras.

Por Agencia Estado
Atualização:

De acordo com uma pesquisa divulgada ontem pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), o Brasil cobrou as taxas de juros reais - juros nominais descontada a inflação - mais altas de toda a América Latina e Caribe em 2000. Na média, as taxas reais brasileiras ficaram em 10,7% ao ano, praticamente o dobro dos juros médios de 5,6% cobrados no Chile este ano. Até a Argentina, que enfrenta uma forte crise, ficou com taxas menores que as do Brasil: 8,9% ao ano. Paraguai e Bolívia cobraram 6%; o Peru, 5,3%; o México, 3,6%; e a Venezuela cobrou juros negativos de 1,5%. Segundo os números da Cepal, a crise do petróleo, muito prejudicial ao Brasil com forte impacto na balança comercial, foi positiva para a Venezuela e demais países exportadores de petróleo como o México, Equador e Colômbia. Crescimento do Brasil ficará em torno de 4% Ainda, segundo a Cepal, a desaceleração econômica nos Estados Unidos deverá repercutir no Brasil e em toda América Latina. Os Estados Unidos vêm elevando as taxas de juros com o objetivo de desaquecer a economia e reduzir índices de inflação. Desde junho do ano passado, a taxa anual já subiu de 4,75% para 6,5%. A última elevação aconteceu em maio desse ano. A desaceleração norte-americana é ruim, mas há um ponto positivo para o Brasil e a Argentina. Para o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Daniel Gleizer, com a economia menos aquecida, o dólar pode se desvalorizar frente ao euro e os dois países ganhariam: os produtos exportados para a Europa ficariam mais baratos. A Cepal prevê crescimento em torno de 4,2% em 2001, pouco acima dos 4% divulgados pelo BC. Já a América Latina deverá crescer 3,8%, ante os 4% de expansão registrados este ano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.