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Cepal e Unctad condenam proliferação de acordos bilaterais

Por Agencia Estado
Atualização:

A Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) e a Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), dois grandes e importantes braços das Nações Unidas, condenaram veementemente a proliferação de acordos comerciais bilaterais, embora estes tenham permitido a alguns países da América Latina, como Chile e México, um importante crescimento de seu comércio nos últimos 15 anos. "Os acordos bilaterais podem ter ajudado alguns países da região porque permitiram um acesso ao mercado norte-americano. Mas, para a região, como um todo, a proliferação de acordos bilaterais não um é bom negócio", disse o diretor da Cepal, José Luis Machinea. Com o fracasso da reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Cancún, em setembro do ano passado, e com a estagnação das negociações no âmbito da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), muitos países industrializados, principalmente os Estados Unidos, correram atrás de países em desenvolvimento para acertar acordos bilaterais e, com isso, ganhar muito mais mercado do que já têm. Os EUA, por exemplo, iniciaram conversações com os países da Comunidade Andina de Nações (CAN) e com a América Central e o Caribe. Dados da OMC mostram que, atualmente, existem pelo menos 300 acordos bilaterais. "Isto é perigoso, não só para a integração hemisférica, mas também para as negociações multilaterais, porque, em lugar de se sentar em uma mesa e negociar tudo, os países desenvolvidos, prometendo acesso aos mercados, impõem, país por país, uma agenda sobre temas de investimentos, propriedade intelectual e compras governamentais", alertou Machinea. Acordos discriminatórios O embaixador Rubens Ricupero, secretário geral da Unctad, avalia que a maioria dos acordos bilaterais cria barreiras que antes não existiam antes. "Esses acordos são discriminatórios. Pior, cada um deles cria espaço para o seguinte, já que estabelece sempre um precedente", criticou. Ele colocou como exemplo o acordo entre os Estados Unidos e o Chile.

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